ATA DA NONA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-12-2005.

 


Aos quinze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maurício Dziedricki, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr. Goulart, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 2956/05 (Processo nº 7220/05) e o Pedido de Informação nº 329/05 (Processo nº 7207/05); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 327/05 (Processo nº 7179/05); pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 317/05 (Processo nº 7006/05); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providência nº 2957/05 (Processo nº 7222/05) e a Emenda nº 03 ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05 (Processo nº 6765/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 2907, 2908, 2909, 2910, 2911, 2912, 2913, 2914, 2915, 2916, 2917, 2918, 2919, 2920, 2921, 2922, 2923, 2924, 2925, 2926, 2927, 2928, 2929, 2930, 2931, 2932, 2933, 2934, 2935, 2936, 2937, 2938, 2939 e 2951/05 (Processos nos 7129, 7130, 7131, 7132, 7133, 7134, 7135, 7136, 7137, 7138, 7139, 7140, 7142, 7143, 7144, 7145, 7146, 7147, 7148, 7152, 7153, 7157, 7158, 7159, 7160, 7161, 7162, 7164, 7166, 7167, 7168, 7169, 7170 e 7202/05, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Projetos de Lei do Legislativo nos 324 e 325/05 (Processos nos 7150 e 7151/05, respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 156/05 (Processo nº 7182/05); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 2943, 2952, 2953, 2954 e 2955/05 (Processos nos 7174, 7216, 7217, 7218 e 7219, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência nos 2958 e 2959/05 (Processos nos 7226 e 7227/05, respectivamente); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 2960, 2961 e 2962/05 (Processos nos 7235, 7236 e 7237/05, respectivamente). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 710/05 (Processo nº 7243/05), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município das dezesseis horas do dia quatorze de dezembro às dez horas do dia quinze de dezembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reportou-se à época em que a Câmara Municipal de Porto Alegre pagava jetons por convocação extraordinária, afirmando ter lutado pela extinção desse privilégio. Nesse sentido, repudiou os pagamentos feitos pelo Congresso Nacional para convocações extraordinárias, considerando essa prática imoral e vergonhosa. O Vereador Adeli Sell criticou a postura de alguns Vereadores durante a votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, asseverando que essa matéria deveria ter sido apreciada na Sessão Ordinária de ontem. Também, discorreu sobre problemas constatados por Sua Excelência em praças de Porto Alegre, cobrando medidas que garantam mais segurança, limpeza e higiene nas áreas públicas da Cidade. O Vereador Raul Carrion discorreu acerca de atividades realizadas pela Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, salientando as negociações em relação à ocupação Morada do Sol. Nesse contexto, rechaçou a ausência de representantes do Departamento Municipal de Habitação em Reunião realizada por essa Comissão, desaprovando as ações do atual Governo Municipal frente aos problemas de moradias populares em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz analisou o resultado da pesquisa de intenção de votos para as eleições presidenciais do ano que vem, realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Ainda, argumentou que a previsão de vantagem do Senhor José Serra nesse pleito representa o reconhecimento da população às mudanças promovidas pelo PSDB nos Governos Estadual e Municipal de São Paulo, elogiando a redução de impostos como forma de aumento da arrecadação naquele Estado. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na oportunidade, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores João Antonio Dib, Nereu DÁvila, Adeli Sell, Mario Fraga e pela Vereadora Sofia Cavedon, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05 e da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Ainda, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia doze de dezembro do corrente, por vinte e três votos SIM, cinco votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sofia Cavedon, Luiz Braz, Sebastião Melo e Maristela Maffei, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Não os Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Maristela Meneghetti e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro e João Antonio Dib. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Senhor Presidente prestou informações acerca das prejudicialidades resultantes da aprovação do Requerimento de autoria do Vereador Elói Guimarães, acima referido, e, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Nereu D’Avila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Senhor Presidente declarado a prejudicialidade desse Requerimento, em face da aprovação do Requerimento de autoria do Vereador Elói Guimarães, acima referido, e tendo o Vereador João Antonio Dib manifestado-se sobre o assunto. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 04, de autoria dos Vereadores Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, Carlos Todeschini, Líder da Bancada do PT, Raul Carrion, Maria Celeste e Margarete Moraes, ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05 (Processo nº 6765/05). Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 036/05 (Processo nº 0748/05). Foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 011/05 (Processo nº 6895/05) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. A seguir, foram aprovados Requerimentos de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila, solicitando que a Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, seja votada destacadamente e dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes, e de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando que a Emenda nº 03, aposta ao referido Projeto, seja dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte votos SIM e quinze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, Maristela Maffei, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Sebastião Melo, Carlos Comassetto, Margarete Moraes, Raul Carrion, Maria Celeste, Luiz Braz e Paulo Odone e encaminhado à votação pela Vereadora Manuela d'Ávila, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, o Vereador Aldacir Oliboni e a Vereadora Manuela d'Ávila cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Adeli Sell e Raul Carrion. Ainda, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando cópia dos pronunciamentos de discussão e encaminhamento à votação, feitos pelo Vereador Raul Carrion durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 042/03, tendo o Vereador Raul Carrion manifestado-se a respeito. Em prosseguimento, foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05. Foi rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, por três votos SIM, vinte e um votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, tendo votado Sim os Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e José Ismael Heinen, Não os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo, Valdir Caetano e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Comassetto, Haroldo de Souza, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mônica Leal e Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, por dez votos SIM e vinte e quatro votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Carlos Comassetto, Sebastião Melo, Maristela Maffei e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Às treze horas e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila e Luiz Braz. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149 do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, corria o mês de janeiro de 1989, esta Câmara estava em recesso, e, portanto, estava funcionando a Comissão Representativa. O então Prefeito, recém-empossado, Olívio Dutra, anunciava que faria convocação extraordinária da Casa para que alguns Projetos de interesse do Governo pudessem ser votados. Absolutamente correto, sem dúvida nenhuma.

Naquele tempo - até aquele tempo, melhor dito -, a Câmara pagava jetom por convocação extraordinária: três dias, pagava três jetons; dez dias, pagava dez jetons. Este Vereador, na tribuna, formulou uma Questão de Ordem ao Presidente Valdir Fraga: “Sr. Presidente, quais as razões que amparam, legalmente, o pagamento do jetom?”. Era quarta-feira. O Presidente não respondeu. Na quinta-feira também o Presidente não respondeu. Na quarta-feira seguinte, este Vereador, novamente na tribuna, comunicou ao Presidente que não permitiria que no seu contracheque fosse acrescentado qualquer jetom. Poderia ter amparo legal a medida de pagamento de jetom, mas, moralmente, não teria nenhum amparo. Isso para uma Câmara que se reúne de segunda a sexta-feira; agora, o Congresso Nacional, que representa todos os brasileiros, que não trabalha o ano todo, em que os legisladores três dias por semana apenas estão em Brasília, e não votam matérias que são de urgência e premência para o povo brasileiro, vai se reunir extraordinariamente por convocação do Presidente do Congresso Nacional, Sr. Renan Calheiros.

E vão gastar do povo do Brasil 100 milhões de reais! Cem milhões de reais! Cem milhões de reais pela inépcia, pela falta de competência, pela falta de seriedade, pela falta de responsabilidade daqueles que deveriam votar e legislar para este País e, sobretudo, fiscalizar o Executivo.

Pois eles vão fazer convocação extraordinária, não vão trabalhar dois meses, mas vão receber dois salários. Os servidores do Congresso Nacional também vão receber mais dois salários.

Sabem os senhores o que seria possível fazer com 100 milhões de reais? Cem milhões de reais de pequenas obras neste País dariam milhares e milhares de empregos, tirariam a fome de milhares e milhares de pessoas, resolveriam o problema de milhares e milhares de pessoas! Mas os príncipes coroados lá do Congresso Nacional - eu sempre afirmei que deveriam ser 130 ou 140 e não 513 - vão receber dois salários, que somam quase 30 mil reais. Fora as outras coisas que eles recebem!

Os Estados Unidos têm 435 Deputados, 8,7 Deputados por Estado; o Brasil tem 513 Deputados, quase 20 Deputados por Estado; só que os Estados Unidos têm 100 milhões de habitantes a mais do que nós; têm um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós; têm 50 Estados e não 27 como nós; e os recursos, o PIB dos Estados Unidos não dá para comparar com o nosso.

Portanto, é uma vergonha nacional este Congresso malfadado que aí está, que vai adiando as cassações que deva ou não deva fazer, a análise dos Projetos que lá tem. Lembrando que na última convocação extraordinária para votar a PEC Paralela não votaram a PEC Paralela.

Portanto, o Brasil fica de luto por aqueles 513 Deputados e 81 Senadores que lá estão nos representando. Mas, como nós acreditamos num amanhã melhor - ano que vem haverá eleições -, espero que aquela gente não volte lá, e que vão para o Senado e para a Câmara Federal pessoas que pensem no Brasil e não em si mesmas, apenas. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, telespectadores da TVCâmara, nós também temos essa preocupação do Ver. João Dib; aqui não se paga reunião extraordinária. Aqui se trabalha, apesar das críticas que já fizemos ao funcionamento da Câmara durante o ano. Aqui nós temos reuniões extraordinárias, como esta, e não tem pagamento extra.

Eu queria registrar a nossa preocupação com o comportamento da maioria dos Vereadores, ontem, porque havia uma votação esperada há muito tempo, e na hora da votação saíram do plenário e não deram quórum. (Palmas.) Registramos esta questão, porque não foi a primeira vez neste ano; talvez não seja a última, porque há muitos que não querem tomar posição e são como um pêndulo: circulam de um lado para o outro segundo os interesses; olham para os seus nichos eleitorais, como disse o Ver. João Dib, há pouco, aqui. Nós temos que pensar na Cidade, na Cidade como um todo. (Palmas.)

Disse ontem aqui que tem muitas coisas que nós poderíamos ter melhorado; poderíamos ter transitado de outras maneiras, não fossem os claros interesses particularistas de alguns Vereadores de algumas Bancadas.

Nós precisamos cuidar da Cidade. A Cidade tem problemas. Olhem para as nossas praças! Hoje à noite, nós teremos o Natal Luz na Praça da Matriz. No entanto, à noite, 22, 23, 24 moradores de rua moram na Praça da Matriz, estragam todos os seus canteiros, e o que vêem os nossos turistas? O monumento a Júlio de Castilhos totalmente pichado. Uma reciclagem a céu aberto na Praça Otávio Rocha. A Praça Morano Calabro, na Rua Silva Só, é um motel a céu aberto todo o santo dia! O que está sendo feito? A Praça da Alfândega virou um ponto de prostituição, drogadição e cheiração de cola no Centro da Cidade. A Praça Brigadeiro Sampaio, começando pelas 5h da tarde, é o maior ponto de vendas de drogas da Cidade. Praça Daltro Filho, na Cidade Baixa: equipamento irregular, carrocinha de cachorro-quente que nós solicitamos mil vezes para ser retirada. Ponto de venda de drogas! Local de encontro de assassinos!

O brigadiano que foi assassinado no prédio do IPE circulava como todos nós sabemos, e eu denunciei várias, inúmeras vezes no 9º Batalhão quem era aquele sujeito. Sexta-feira, o seu comparsa circula e entra em várias lojas da Cidade Baixa perguntando por uma pessoa “x” e mudava de nome em cada loja que entrava com um revólver na cintura! Ponto de encontro deles: Praça Brigadeiro Sampaio. De que adianta a bela atividade que nós temos aos sábados, que é o Caminho dos Antiquários? Fica tudo bonito nos sábados, mas sábado, no final da tarde, domingo, segunda, terça, quarta, quinta e sexta é o caos! É o caos!

 E a Praça Garibaldi, como está? Passem agora na Praça Garibaldi, e vejam o que está acontecendo lá. Isso para não falar das praças da periferia. Alguém das senhoras e dos senhores visitou ultimamente a Vila Farrapos, as belas pracinhas da Vila Farrapos? Não há uma praça na Vila Farrapos que não tenha entulho. Entulho!

É o total abandono das praças de Porto Alegre! É uma vergonha, não se corta grama, não se recolhe lixo, é uma destruição absoluta. Eu volto a insistir: querem ver cenas de barbárie? Visitem a Praça Morano Calabro, na Av. Silva Só - visitem essa praça.

Para concluir, eu queria chamar a atenção - ainda - da SMAM: o posto de gasolina, ao lado do Mc Donald’s, na Av. Silva Só, é um ponto de zoeira, esculhambação em todas as santas madrugadas, e os moradores do entorno não conseguem dormir. Onde está a SMAM? Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Eloi Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, todos que acompanham os trabalhos, no dia de hoje, as votações importantes que serão realizadas, eu queria, na condição de Presidente da Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, fazer uma colocação sobre um problema grave que pode redundar num despejo até o final deste ano. Refiro-me à comunidade conhecida como Morada do Sol, no Porto Seco; são cerca de 100 famílias, que saíram de uma outra ocupação - no Supermercado Maxi, onde houve um despejo, pois era uma ocupação numa área privada -, e que se encontram hoje numa área pública. Essa comunidade veio pela primeira vez aqui na Casa numa Audiência Pública da CUTHAB, no primeiro semestre. E, naquele momento, Ver. Ismael, o Dr. Severo, que é da diretoria, uma das assessorias lá do DEMHAB assumiu o compromisso perante a Comissão - está registrado nos Anais da Casa - de que para aquelas famílias que efetivamente tivessem necessidade, que fossem ocupantes, que não estivessem, simplesmente, digamos, buscando uma grilagem de área, o DEMHAB conseguiria uma área. Posteriormente, tivemos uma reunião, em setembro, dia 8, no DEMHAB - estavam lá o Ver. Mario Fraga, o Ver. Ismael, este Vereador -, e nessa reunião, tanto a PGM quanto o DEMHAB reiteraram o compromisso de conseguir uma área alternativa para as famílias que necessitassem; e a PGM em garantir um prazo elástico, até a execução da ordem de reintegração. A partir daí, mantivemos inúmeras correspondências com o DEMHAB para sabermos das medidas para encontrar uma solução, e nunca obtivemos uma resposta concreta.

No último dia 8 de dezembro, houve uma reunião da comunidade, lá no Centro Vida, com a SMIC, com o representante da Secretaria de Governança, Sr. Antônio Proença, e surpreendentemente, Verª Neuza, já o Secretário da SMIC, além de ter sido extremamente duro com a comunidade, disse que o despejo vai se realizar em dezembro, e que a Prefeitura só tem compromisso - e isso foi dito pela primeira vez - com quem era de Porto Alegre. Ele mesmo, o Secretário Cecchin, não é de Porto Alegre; mora aqui, é Secretário, vive do seu salário, do salário que recebe em Porto Alegre. Mas para a comunidade, se alguém não é de Porto Alegre, não ter direito de morar em Porto Alegre. Depois, o Sr. Antônio Proença saiu para um telefonema e tal, chamou-o e houve um diálogo um pouco mais civilizado, digamos assim.

No dia 13, a comunidade veio a esta Casa, sendo que o DEMHAB havia-se comprometido em estar presente para outra reunião, o DEMHAB simplesmente não veio, não deu satisfação. E, nesse mesmo momento, a Brigada estava com o Oficial de Justiça, lá na ocupação Morada do Sol, para fazer um levantamento. E, hoje à tarde, a Brigada marcou uma reunião com a comunidade.

Eu não quero acreditar que a Prefeitura, que assumiu o compromisso de dar uma solução para esse problema, dê, agora, como presente de Natal para os moradores da Morada do Sol, o despejo. Nós vamos cobrar isso; vamos cobrar uma solução, conforme compromisso do Governo.

Eu queria também registrar a insatisfação, Ver. Brasinha, o repúdio deste Presidente da CUTHAB pelo fato de o DEMHAB não ter vindo na reunião dessa terça-feira - quando tínhamos de tratar do problema do Parque dos Maias -, como também não veio na reunião da terça-feira passada, quando estávamos tratando de um importante problema da extensão da pista do aeroporto e o reassentamento de duas mil e 500 famílias. O DEMHAB, nas últimas reuniões, tem lavado as mãos, tem desrespeitado a CUTHAB e não tem dado as respostas que Porto Alegre e que as comunidades esperam.

Quero dizer, finalizando, que a CUTHAB e, tenho certeza, os Vereadores da base do Governo - Ver. Mario Fraga, Ver. Brasinha, Ver. Ismael - estamos vigilantes para cobrar soluções concretas por parte do DEMHAB. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, os jornais hoje, de todo o País - e eles estão refletidos nas notícias dos jornais da Cidade -, dão conta dos acertos das administrações do PSDB. Apesar de todas as críticas sofridas por muitos setores radicais da nossa sociedade, o PSDB demonstrou que está conseguindo - nos locais onde tem as Prefeituras, onde tem os Governos de Estado - fazer com que haja redução de impostos e melhoria na qualidade de vida. E uma das manchetes - eu acredito que mais simbólica para demonstrar esse reconhecimento da sociedade com relação aos acertos do PSDB -, hoje, principais do jornal O Sul, diz: “Ibope diz que Serra ganha de Lula no primeiro turno”. Pela primeira vez um Instituto de Pesquisa da importância do Ibope dá conta de que o Prefeito Serra, de São Paulo - que substituiu Marta Suplicy, que corrigiu os erros de Marta Suplicy em São Paulo -, por causa do seu trabalho ao lado do Governador Geraldo Alckmin, que demonstrou que baixando impostos é capaz de aumentar a arrecadação - e foi exatamente isso que aconteceu em São Paulo -, Serra aparece, na pesquisa Ibope, vencendo Lula - que seria o seu principal oponente - já no primeiro turno. Pela primeira vez, aparece então, o reflexo desse bom trabalho dessa dupla do PSDB, Geraldo Alckmin e Serra, em São Paulo; o que dá para Serra que é o candidato principal do nosso PSDB, a vantagem sobre Lula, já no primeiro turno.

E aquilo que está sendo feito em São Paulo, pelo PSDB, que é a redução de impostos, com aumento de arrecadação, serviu também para inspirar, Ver. Adeli Sell, o nosso próprio Governador. Finalmente - tem razão, V. Exª -, o nosso Governador descobre que é possível realmente, baixarem-se os impostos, governar aumentando a arrecadação. E ele está fazendo isso aqui, numa cópia daquilo que o Geraldo Alckmin mostrou em São Paulo, que é isso possível ser feito. E que é possível, realmente, melhorar a qualidade de vida das pessoas, porque elas vão pagar menos no pão francês, que vai ter a redução do seu imposto; vão poder pagar menos nos gêneros de primeira necessidade, porque esses gêneros de primeira necessidade vão ter o ICMS rebaixado, e com tudo isso vão poder pagar um pouco menos; a comercialização vai ser mais fácil. E com todo mundo pagando imposto, porque com os impostos mais baixos, vai baixar de 17% para 12%, esses impostos dos gêneros de primeira necessidade, o que vai acontecer é que realmente mais pessoas vão acabar pagando, o consumo vai ser maior, aumenta o consumo e com isso acaba aumentando também a arrecadação. Finalmente. Graças a Deus! Porque sempre é tempo. E eu tenho certeza absoluta de que não é simplesmente uma medida eleitoral. Realmente, o Governador Rigotto fez aquilo que o Alckmin fez em São Paulo, e é o que todos os governadores deveriam fazer: ele resolveu, também, aqui no Rio Grande do Sul, baixar impostos.

É por isso que é muito importante o que está acontecendo hoje e refletido nos jornais de todo o país, nas pesquisas, principalmente, nessa pesquisa Ibope, que mostra, pela primeira vez, o reconhecimento da sociedade às administrações do PSDB.

Serra ganha de Lula, já no primeiro turno, na eleição para Presidente da República, no próximo ano. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Para um Requerimento, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, na forma do art. 172 do Regimento Interno que diz que a votação será realizada com a presença da maioria absoluta dos Vereadores. Parágrafo único. A votação será contínua e só em caso excepcionais, a critério do Presidente, poderá ser interrompida. Art. 173, Parágrafo 4º: Não havendo quórum, a votação será realizada na Sessão seguinte, cabendo, nesta ocasião, encaminhamento pelas Bancadas que ainda não se manifestaram a respeito da proposição.

Considerando que o art. 172 diz que a votação será contínua e houve votação, portanto, deve haver votação do PLCL nº 020/05 em primeiro lugar, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Respondo de imediato a V. Exª, nobre Ver. João Antonio Dib, que conhece profundamente o Regimento da Casa. Não atingimos quórum para deliberação. Não houve votação. Para produzir-se a votação são necessários 19 Srs. Vereadores. Logo, ela é nula de pleno direito. A votação não existiu.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Eu concordo com V. Exª, mas vou dizer de novo. ”Parágrafo 4º: Não havendo quórum (...) - foi o que ocorreu ontem -, a votação será realizada na Sessão seguinte, cabendo, nesta ocasião, encaminhamento pelas Bancadas que ainda não se manifestaram”. E como a votação iniciada não pode ser interrompida, eu acho que não há o que fazer, nós temos de votar em primeiro lugar. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu respondo, Ver. João Antonio Dib, de forma contrária ao Requerimento de V. Exª na medida em que não tivemos quórum para deliberar. É isso.

Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente, dada a relevância da matéria, eu solicito a V. Exª que me informe como decidiu?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu decidi contrário ao Requerimento do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Está bem.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu não tenho outra alternativa. Nós não atingimos o quórum para deliberação. Não houve quórum, é nulo. Além dos antecedentes na Casa, há Parecer da Procuradoria neste sentido, é do conhecimento dos Srs. Vereadores. É uma decisão que corrobora decisões que vêm sendo tomadas.

 

O SR. ADELI SELL: Pergunto a V. Exª se nós vamos encaminhar, agora, a ordem da votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, há uma ordem de votação.

 

O SR. ADELI SELL: Eu sugiro que se acrescente, ou melhor, se anteponha à ordem de votação, este Projeto sobre o qual nós estamos discutindo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Desculpe, Ver. Adeli, mas há um acordo das Lideranças, da Mesa.

 

O SR. ADELI SELL: Acordos são acordos; 36 Vereadores são mais do que um acordo de meia dúzia.

 

O SR. MARIO FRAGA: V. Exª está propondo uma votação? É isso? V. Exª quer encaminhar um Requerimento? Então, vamos votar o Requerimento. É impossível, porque, senão, vai terminar toda a ordem de votação que nós fizemos nos últimos dias.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu pergunto a V. Exª: votação foi iniciada? O Presidente poderá suspender a votação se entender que há motivo de força maior. Não houve. Dezoito Vereadores estavam presentes e mais outros compareceram, mas não puderam votar, porque passou o tempo. V. Exª foi até magnânimo, deu mais um minuto e meio.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, quando se processava a votação, fez-se a consulta do quórum, não havia quórum. Não havia quórum!

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Exatamente o que diz o parágrafo 4º do artigo 173, Presidente. É exatamente o que diz o parágrafo 4º do artigo 173.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quando se fez a votação, havia 17 Vereadores e ela foi anulada, ela não existiu por falta de quórum.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria que as pessoas, que estão reivindicando o tratamento desta matéria, colaborassem, porque nós não vamos aqui, pela presença nas galerias, mudar o Regimento na conformidade dos interesses deste ou daquele; nós vamos cumprir o Regimento. Nós vamos cumprir o Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu quero dizer a V. Exª, que o Presidente preside e comanda a Sessão, eu me submeto; só não vou entender nunca por que não se vota neste momento, quando todos os Vereadores estão presentes. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Evidentemente que as pessoas que vêm aqui desconhecem o Regimento, e é natural que estejam aqui reivindicando; agora, os Vereadores o conhecem. O Parecer da Procuradoria, que vem reiteradamente sendo utilizado e aplicado nesta Casa, diz: “3. Processo de encaminhamento interrompido por constatação de falta de quórum na Sessão. Na Sessão seguinte aquela votação fica priorizada em relação às demais proposições em razão de que a votação deve ser contínua. Também para análise, situação de anulação da votação por falta de quórum. Na sessão de 12/04/99, o assunto foi discutido, sendo encaminhada a consulta à Procuradoria através do Processo nº 1385/99. Conclusão do Parecer: “(...) a anulação do processo de votação acarreta que este seja refeito, enquanto que a interrupção determina a sua continuidade”. Determina a sua continuidade!

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Eu aceito a posição de V. Exª, e quero fazer um Requerimento. Eu requeiro que V. Exª submeta ao Plenário para que seja votado imediatamente o PLCL nº 020/05. É um Requerimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Regimento é claro, a Questão de Ordem feita pelo Ver. João Antonio Dib, V. Exª denegou, inclusive, estribado em tal Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): No Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sim, mas denegou. O Regimento é claro. Nesse caso da denegação do Presidente, encaminha à Comissão de Justiça para deliberação, sem efeito suspensivo. Essa é a clareza do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não, Sr. Presidente, o meu Requerimento não tem que ser encaminhado à Comissão de Justiça. Tem que ser decidido pelo Plenário.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Permita-me, Vereador? Esse é um Requerimento que V. Exª está fazendo extemporâneo. V. Exª sabe que, denegado o Requerimento pela Presidência, é encaminhado à Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ele pode recorrer da decisão à Comissão de Justiça.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Mas este é o ponto, Sr. Presidente, da minha Questão de Ordem. O Recurso do Ver. João Dib não é o Plenário, é a Comissão de Justiça. Este é o ponto.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mas ele faz isso, querendo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não estou fazendo Recurso nenhum. Eu faço um Requerimento. E V. Exª coloca em votação no Plenário, para que seja votado imediatamente ou não. (Manifestações das galerias.) O Plenário poderá decidir em contrário.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Vamos perder a manhã inteira nessa besteira.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, eu quero dizer - e não precisaria dizer a V. Exª - que foi feita uma relação e trazida à Mesa com base num consenso dos Vereadores, como se vem fazendo. Então, não vamos mudar a ordem, Ver. João Antonio Dib, por causa das galerias. Quero informar a V. Exª Não serão as galerias que vão mudar. (Manifestações das galerias.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, V. Exª terá que colocar em votação o Requerimento deste Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Já está definida uma ordem, Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não importa. Eu aceito a definição. (Manifestação das galerias.) Mas, neste momento, eu requeiro, com base no art. 94, do Regimento, que seja votado pelo Plenário, se nós vamos votar em primeiro lugar ou não. Até não estou entendendo por que é colocado tanto obstáculo para esta votação. (Manifestações das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, eu quero que V. Exª ouça. V. Exª está efetivamente muito preocupado. Agora eu vou submeter, e o Plenário vai decidir. Mas V. Exª está com muita pressa. Eu vou submeter o que foi entregue, o consenso que foi feito para ordem de votação. Eu vou submeter, e o Plenário vai decidir. O Plenário é que decide. Agora, não vamos inverter os papéis.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu fiz o Requerimento antes da votação deste Requerimento. O meu Requerimento deverá ser votado em primeiro lugar, foi o primeiro Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está na minha mão desde o início, estou tentando colocar em votação e não estou conseguindo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu propus antes...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): V. Exª não propôs antes, Vereador.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador-Presidente, eu não quero dialogar com V. Exª, e V. Exª sabe o respeito que tenho pela sua pessoa. Eu sou Líder de Bancada e não participei desta relação. (Palmas.) Estou colocando um Requerimento antes de qualquer coisa, Sr. Presidente, e V. Exª sabe de precedência: tem precedência o Requerimento feito em primeiro lugar.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu abri a Ordem do Dia com este Requerimento em mãos, que tenho que submeter ao Plenário. V. Exª vota contra, Vereador, e depois formule.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu não vou votar contra, quero apenas que o processo para o qual fiz o Requerimento seja decidido pelo Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Requerimento de V. Exª será observado, será levado à decisão após este Requerimento, aqui está a precedência.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu tenho uma cópia aqui, Sr. Presidente, mas eu não participei da elaboração deste documento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): V. Exª tem a cópia aí antes de formular o Requerimento, está claro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas eu estou colocando o Requerimento em primeiro lugar. Eu não vou entender, a nossa vã filosofia não consegue entender. Tudo bem, vou aceitar.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, mas eu vou submeter, haverá deliberação de Plenário. V. Exª não será prejudicado, está aqui o Requerimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, faço um apelo a V. Exª porque as Lideranças construíram, em se tratando de uma Sessão Extraordinária, um acordo que inclui o Projeto do Ver. Alceu Brasinha. Mas há pelo menos dois Requerimentos que, não concordando com o acordo de Liderança, solicitam que o Projeto do Ver. Alceu Brasinha seja o primeiro e não o último. Parece-me razoável, Ver. Elói, que avaliemos isso em Plenário, não há necessidade de fugirmos do tema. Não gostaríamos de votar contra o acordo, que é razoável, que contempla as necessidades, gostaríamos apenas que avaliássemos em Plenário, se podemos modificar neste ponto do acordo, colocando em primeiro lugar o Projeto do Ver. Alceu Brasinha. Parece-me que está aceito esse sistema, mas queremos mudar a ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Verª Sofia Cavedon, o Plenário é soberano, o Plenário é quem decide, e a Mesa cumprirá a decisão do Plenário.

Em votação o Requerimento, resultante de consenso de Lideranças, que solicita a seguinte ordem de votação: PLCE nº 011/05; PLE nº 031/05; PLL nº 282/05; PELO nº 007/05; PLL nº 070/05; PLCL nº 005/05; PLL nº 201/04; PLCL nº 020/05. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Eu vou encaminhar a favor da proposição de V. Exª. Mas a proposição de V. Exª não impede que o Requerimento feito por mim seja votado, e isso terá que ser votado, porque senão eu nunca vou entender o Plenário. Não se pode subir a lei num determinado ponto. Depois da aprovação dessa, eu acho que vai ser aprovado unanimemente, eu tenho certeza de que V. Exª, com o brilho que o caracteriza, colocará em votação o Requerimento deste Vereador, que não altera... E eu não me preocupo com a Diretoria Legislativa de jeito nenhum - de jeito nenhum! Eu tenho mais tempo de vida nesta Câmara do que a Diretoria Legislativa tem de idade. Eu quero, aprovada por unanimidade, a proposição de V. Exª, e que seja votado o Requerimento que eu fiz. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Dib, nós vamos submeter à votação este Requerimento. Este é um Requerimento que está na mesa, distribuído às diferentes Bancadas, aos Srs. Vereadores, desde o momento em que se estabeleceu a Ordem do Dia. Portanto, em votação o presente Requerimento.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento resultante do consenso de Lideranças para a ordem de votação dos Projetos da Ordem do Dia.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, na minha proposta de encaminhamento, tentei evitar o que nós vamos ter que fazer, que é votar contra esta ordem, não aos Projetos, mas a esta ordem que está submetida neste momento à votação, porque, na verdade, Ver. Brasinha, o que a gente está entendendo é que o senhor teve muitas oportunidades de retirar este Projeto, porque sabe que será derrotado e só fica protelando em vez de fazê-lo. Não é sério com o povo que vem acompanhando há meses e quer um posicionamento desta Casa. Nós, ontem, fizemos um apelo, vamos enfrentar esse debate. Vamos discutir esse assunto. A nossa Bancada queria que esse tema fosse, Ver. Brasinha, para as Comissões. Mais do que isso, nós enxergamos, lamentavelmente, uma omissão muito séria do Executivo num tema tão dramático e tão complexo como esse, que não tem como tratar com o art. 81, com urgência sem uma construção de diálogo nas diferentes regiões. Este Projeto só aprofunda um problema, um problema de omissão, um problema em que a norma hoje não é cumprida, porque o Governo não faz a fiscalização, porque não constrói mediações, porque não aborda o funcionamento dos bares. Então, essa omissão joga para o Legislativo trabalhar de um jeito tão irresponsável esse tema. Nós já expressamos aqui, por maioria, que, dessa maneira, o Legislativo não vai suprir essa omissão aprofundando o problema. É um problema que atinge as famílias, que atinge os cidadãos da Cidade Baixa.

Então, nós teremos, Sr. Presidente, que rejeitar essa ordem de votação apresentada e apresentaremos nova ordem de votação, simplesmente invertendo o número nº 8, do Ver. Brasinha, que passará a ser o primeiro, depois respeitaremos a ordem acordada.

Eu solicito aos nobres Pares desta Casa que votemos contra a proposta apresentada. Isso significa o quê? Significa que nós podemos nos posicionar sobre o Projeto do Ver. Brasinha, que tem mérito, que tem as suas razões. Todo Vereador pode defender as suas idéias. Nós nos posicionaremos sobre ele e definiremos, finalmente, que esta Casa tem posição, e o Governo deve assumir a sua responsabilidade sobre esse tema, que é dramático.

Hoje a situação é insustentável na Cidade Baixa, porque ficamos protelando, este Projeto está em oitavo lugar aqui, Ver. Sebastião Melo, e novamente não será votado hoje. Nós sabemos que só a Taxa de Iluminação vai levar um monte de tempo. Nós não podemos ser acusados, nesta Casa, de que nós, diante da omissão do Executivo, também não tomamos posição; como está em debate na Câmara, nada se faz. Não se exige o cumprimento do que hoje está estabelecido. Então é isso. A nossa obrigação é tomar uma decisão, encerrar essa dúvida que está colocada, essa insegurança que está colocada, que acaba ajudando a omissão do Executivo e jogando moradores, cidadãos à mercê da lógica de quem se estabelece, de quem tem mais cara-de-pau, quem tem mais força, de quem tem menos consideração com a cidadania das pessoas. Então esse é o apelo que faço aos nobres Pares. Derrubemos esse Requerimento e vamos apresentar outro na seqüência, que mantém tudo, só coloca o Projeto dos bares em primeiro lugar, para resolvermos esse tema imediatamente em respeito a toda ansiedade da população. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento sobre a ordem de votação dos Projetos da Ordem do Dia

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando se fala que o problema dos bares é um problema apenas de fiscalização, jogando praticamente toda a culpa do que acontece sobre a Administração atual, eu acho que está se falando uma inverdade. Os problemas dos bares passaram a ocorrer, fruto dos desmandos das Administrações passadas. Foi por causa dos decretos, dos agrados, de querer fazer demagogia com aquelas pessoas que precisavam, é claro, trabalhar e colocavam seus bares naquela região, foi fruto disso que, de repente, aquela região começou a ficar extremamente conturbada. Começou lá com o problema do bar Opinião. Eu me lembro que, naquela época, a Verª Maria do Rosário veio aqui e mudou tudo, contrariou o Plano Diretor e fez com que o bar Opinião pudesse funcionar exatamente ali onde está. Depois, ali se somou com os bares todos naquela região. E, agora, se fala só o seguinte, vem aqui alguém e diz assim: “Mas, olha, é tudo porque não tem fiscalização”. É claro, a bagunça que ficou estabelecida foi tão grande, fruto desses 16 anos da Administração passada, que ninguém mais agora consegue fiscalizar! Fiscalizar como?

Então, eu acho que nós não podemos começar a colocar leis e mais leis para concretizarmos a bagunça que foi estabelecida! Nós temos, é claro, que começar a regrar mediante aquilo que acreditamos que seja o melhor para a Cidade. Eu cheguei a dar uma opinião de que deveríamos fazer primeiramente um grande estudo sobre uma região, como lá em Curitiba, onde bares pudessem funcionar até altas horas, numa região distante de onde moram as pessoas que precisam acordar no dia seguinte. Onde moram pessoas, onde existem residências, os bares têm de fechar cedo, porque, afinal de contas, a preferência, a prioridade tem de ser das pessoas.

Ver. João Antonio Dib, eu tenho um respeito muito grande por todos os meus colegas aqui, estou nesta Casa há muitos anos, aprendi uma coisa: ou nós damos força para o Presidente da Casa ou nós deixamos que o Presidente possa cumprir aqueles acordos que foram feitos com todas as Lideranças da Casa, ou nós vamos chegar a uma situação em que não vamos conseguir votar nada! Nós ficamos numa discussão para saber se votamos isso ou aquilo praticamente o dia inteiro, quando nós poderíamos estabelecer a ordem, seguir aquela ordem e vamos, tranqüilamente, chegar à votação do Projeto que estabelece o horário dos bares! Vamos poder votar esse Projeto, porque todo mundo quer votá-lo. Vereador João Antonio Dib, eu sei que V. Exª é um dos batalhadores para que as coisas estejam corretas. Só que o Presidente tem um acordo que foi feito com todas as Lideranças, acordo este que ele vai querer cumprir - e ele está querendo cumprir aquilo que foi estabelecido com todas as Lideranças.

Com todo o respeito que nós temos pelas pessoas - e nós também queremos resolver essa situação -, nós não podemos fazer com que as matérias que foram objeto de um acordo e que estão numa ordem de votação aqui nesta Casa - e não se trata apenas de uma matéria, são muitas matérias que nós teremos de votar até o final não apenas do ano Legislativo, mas também da convocação extraordinária -, não sejam votadas. E todas elas terão a sua vez. Todos os Projetos que estão aqui são Projetos importantes.

Então, vamos manter esta ordem, Presidente. Eu acho que se V. Exª está querendo cumprir um acordo que foi feito, aqui, com as Lideranças, eu sou contrário ao que falou o meu amigo, Ver. Adeli, quando disse que tem de ser respeitada a vontade do Plenário, pois, aí, muda tudo.

Então, não vamos mais fazer reunião para estabelecer ordem nenhuma, porque, se nós estabelecemos uma ordem de votação, nas nossas reuniões e, depois, chegamos aqui e mudamos completamente essa ordem de votação, aí nós não precisamos mais nos reunir, às segundas-feiras, para organizar ordem nenhuma de votação aqui no Plenário.

Sou favorável a que o Plenário vote exatamente essa ordem que foi estabelecida pelo Presidente da Casa, votando, no final, o Projeto do Ver. Alceu Brasinha, que quer estabelecer horário de funcionamento para os bares numa determinada região da Cidade. Nós somos contrários ao Projeto do Ver. Brasinha - já dissemos isso aqui -, mas eu acho que ele tem de estar na ordem de votação. Eu entendo que a ordem de votação que foi estabelecida pelo Presidente - que foi a mesma ordem estabelecida pelas Lideranças -, tem de ser respeitada, para que a Casa possa seguir os seus trabalhos com tranqüilidade.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu formulo esta Questão de Ordem com a intenção de colaborar com V. Exª e com os trabalhos, pois vejo o esforço que V. Exª faz no sentido de compatibilizar as duas proposições.

Eu entendo que a primeira proposta a ser votada, pela formulação de V. Exª, será a das Lideranças. E ela me parece uma definição da pauta globalmente concebida. Mas não vejo, Sr. Presidente, que isso implique prejuízo a um Requerimento posterior de inversão da mesma matéria dentro do Requerimento anterior.

Então, a Questão de Ordem que formulo a V. Exª é no sentido de que, havendo a votação do primeiro Requerimento, não se aplicará a prejudicialidade a um eventual Requerimento que pretenda inverter a ordem dentro dos processos arrolados no primeiro Requerimento. Essa é a Questão de Ordem que formulo a V. Exª e imagino que uma solução favorável tranqüilizaria o ambiente e permitiria a aprovação, eventualmente, unânime da matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Ibsen Pinheiro, respondo a V. Exª, dizendo que o Plenário que quer colocar em primeiro lugar a votação do Projeto de alteração dos horários de funcionamento dos bares tem absoluta condição de derrotar essa matéria e recompor. Mas o que nós não podemos é, a cada momento, suscitar novo exame de matéria que foi decidida. Isso torna interminável o processo legislativo, o que V. Exª, Ver. Ibsen Pinheiro, conhece muito bem. Se a cada momento a decisão tomada se submete à revisão, nós nunca vamos vencer as matérias.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa é a Questão de Ordem que formulo a V. Exª na intenção de orientar o meu voto, e para que possamos todos nós nos orientar. Sr. Presidente, eu vou formular a questão: se V. Exª decide que este Requerimento prejudicará qualquer outro, o meu voto será ‘não’ a este Requerimento. Agora, se V. Exª entender que um Requerimento específico, que vier a seguir, não estará prejudicado pela definição global da matéria, nós poderemos votar favoravelmente aos dois Requerimentos.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou responder a V. Exª e o faço de forma técnica. Entendo que, para a estabilidade das decisões, a decisão deste Requerimento prejudica o outro. Entendo assim, salvo melhor juízo, em nome da estabilidade das decisões.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: V. Exª decide que não submeterá ao Plenário o Requerimento posterior, invertendo a ordem?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente, porque entendo que prejudica. Uma vez decidido, entendo que prejudica; esse é o entendimento, salvo melhor juízo, sob pena, Ver. Ibsen Pinheiro, de nós criarmos a instabilidade às decisões, porque a qualquer momento um Requerimento aprovado poderá suscitar nova votação, e votação, e votação. E assim...

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: É da natureza do processo legislativo, Sr. Presidente. Poderá ocorrer ao longo da Sessão que convenha ao Plenário uma nova ordem dentro da mesma matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu entendo que há um trânsito em julgado da matéria. Eu entendo assim, mas eu respeito.

Eu quero entregar ao Plenário e às galerias, há advogados nas galerias, porque é muito fácil colocar a Mesa em dificuldades, muito fácil. A matéria ainda está sendo encaminhada, Ver. João Antonio Dib. Se V. Exª permitir que eu continue presidindo os trabalhos, eu o faço.

Eu quero entregar aos Srs. Vereadores e Vereadoras, porque pode parecer que o Presidente esteja aqui expedindo normas e decidindo subjetivamente. Vou pedir que se entregue aos Srs. Vereadores um Parecer sobre a matéria questionada pelo Ver. João Antonio Dib, solicitando que também seja entregue às galerias.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu já disse que iria votar favoravelmente, e acho que será aprovado unanimemente. Eu quero, depois de votado, inscrever-me. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento sobre a ordem de apreciação dos Projetos da Ordem do Dia.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro gostaria de fazer uma preliminar. Eu estou nesta Casa há cinco anos, e toda vez que o autor de um Projeto pede adiamento por uma, duas ou três Sessões, eu nunca vi o Plenário rejeitar. Não tinha visto. Mas respeitamos a deliberação do Plenário. Eu tenho opinião sobre esta matéria, tenho participado do fórum de discussão com os moradores em todas as reuniões. Eu sou daqueles que acham que essa matéria deve ficar nas mãos do Executivo, porque existe um Decreto que está em vigor, Decreto que pode aumentar, que pode diminuir tempo, e acho que votar uma legislação engessa o processo. Tenho dito isso ao Ver. Brasinha várias vezes: acho que uma legislação engessa o processo e inverte os papéis, porque compete ao Poder Executivo estabelecer esse tipo de matéria, Ver. Nereu, regular esse tipo de matéria.

Agora, quero dizer especialmente aos moradores que nos assistem atentamente, que, do ponto de vista do regramento legislativo, se nós derrotarmos o Projeto do Brasinha, no dia 1º de janeiro ele pode entrar com outro Projeto com o mesmo teor. É o que diz a Lei, é o que diz o Regimento da Casa, é o que diz a Lei Orgânica.

Então, me desculpem, isso aqui está “muito grito para pouco pêlo”, ou seja, na minha avaliação, há uma disputa equivocada, porque vejo que a Casa tem um sentimento, o Projeto está aí, o Requerimento foi votado, o placar já disse! Está aqui o Secretário da Indústria e Comércio, o Secretário Cecchin. Faço um apelo a V. Exª, que tem sido um grande Secretário, um extraordinário Secretário: V. Exª tem de assumir o comando dessa questão lá, como tem feito, e acho que o Executivo tem que dosar essa questão. Acho que a legislação vai engessar.

Nós temos uma Porto Alegre miscigenada - permite indústria, permite comércio, permite serviços - e o Plano Diretor estabeleceu isso num debate da sociedade. Ora, nós vamos revisar o Plano Diretor no ano que vem, esse é um assunto que deve estar com prioridade na pauta do ano que vem, mas é o que a Lei hoje estabelece. Hoje é a Cidade Baixa, ontem era o Moinhos de Vento, anteontem era a Rua Padre Chagas - e a Legislação é da Cidade.

Então, eu quero dizer aos nobres colegas Vereadores que eu não estou vendo fundamentação; quero dizer que, para mim, palavra empenhada é palavra resgatada! Eu participei durante esses dois meses, como Líder da minha Bancada, de reuniões intermináveis na Presidência, para estabelecer uma ordem de votação; e eu, muitas vezes, perdi as minhas teses e me curvei às decisões de todos os Líderes e da Presidência.

Portanto, não vou agora trabalhar com a lógica de inverter Requerimento, porque é essa ordem e nós vamos enfrentar a votação dos bares. Está ali e, se tivermos de votar às 22h, vamos votar! Existe uma ordem de votação que não fui eu que estabeleci, não foi o Ver. Elói Guimarães que estabeleceu, foi o conjunto da Casa que estabeleceu, e eu considero que todos os Projetos que estão em Pauta - aquele que estabelece, por exemplo, a proibição de vendas de bebidas alcoólicas, da Verª Clênia Maranhão - são Projetos tão importantes quanto o dos bares. A Comissão, a CIP, é um Projeto tão importante quanto o dos bares.

Eu quero aqui fazer um apelo para que a gente mantenha a ordem de votação, porque isso foi um acordo feito em nome das Bancadas. Acho que o Ver. João Dib tem todo direito, é um Vereador extremamente competente, sério, extraordinário, e, evidentemente o Requerimento dele pode ser prejudicial ou não, é uma questão de interpretação da Mesa. Agora, eu quero sustentar, mas dizer especialmente aos moradores que, se essa matéria - nós sabemos qual será o resultado - for colocada em votação, o Projeto será derrotado, mas no dia 1º se entra com outro Projeto.

Então qual é o valor que estamos tendo disso? Se o Executivo está aqui, se o Secretário está aqui e a Mesa de negociações continua, eu quero dizer que o pior dos acordos é melhor do que qualquer decisão nessa matéria. Eu continuo na luta do acordo, na luta do diálogo, e que o Executivo assuma um papel decisivo e mediador na Câmara de Vereadores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do requerimento sobre a ordem de votação dos Projetos da Ordem do Dia.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há muito tempo nós estamos discutindo esse tema, e com certeza esse tema não se esgota aqui, como bem disse o Ver. Sebastião Melo. Quero dizer, francamente, que o Executivo anterior falhou - e falhou muito -, quando nós podíamos ter resolvido esse problema. Lembro muito bem do Secretário Edson Silva, o esforço que fez para que o ex-Prefeito resolvesse através do Executivo, e não houve, naquele momento, a vontade política necessária.

Novamente nós estamos enfrentando esse problema em relação ao Executivo Municipal de Porto Alegre; portanto, não é um problema daquele ou desse, os dois estão jogando para esta Casa, nos jogando contra a população, como se nós não tivéssemos preocupação com o sono, com o lazer, com os empregos, com os horários, com a liberdade de uma Cidade que é prestadora de serviços, mas que também é de pessoas que aqui moram.

Ontem, quando eu saía aqui do Plenário, uma senhora me ofendeu profundamente, e eu disse a ela: “A senhora tem direito, a senhora tem direito”. Agora, eu tenho opinião e nunca fiquei em cima do muro. Tomo esta posição e vou continuar com ela. Eu não sou uma pessoa de meio termo que estou preocupada com a questão eleitoral, porque tenho profissão e “estou” política, isso passa. Portanto, as opiniões formadas são fundamentais. Agora, eu fico impressionada, e não é com os senhores e as senhoras que estão aqui nos assistindo, é com algumas pressas que às vezes não ajudam a construir absolutamente nada.

Eu perguntava para o Ver. Brasinha do porquê, na época em que ele fazia o Projeto, se nós já estávamos buscando a solução. O fato é que o Projeto está aí, eu vou votar no Projeto, é uma situação dada. Hoje não há derrota nisto aqui, seja para um lado seja para o outro, porque é uma polêmica que vai ficar latente, vai continuar, sim, e eu acho que a sensibilidade deve permanecer. Agora, eu quero dizer uma coisa: tem segmentos nesta sociedade político-partidária que não aprenderam com o erro! Não são as questões que estão acontecendo em Brasília - foi a resposta eleitoral que nós tivemos aqui em Porto Alegre. Não aprenderam e não estão ajudando a construir uma saída digna - não aprenderam e vão continuar, infelizmente, para o bem da direita e ruim para os construtores do socialismo -, uma proposta alternativa que pudesse nos ajudar a sair com uma saída honrosa para os moradores e para os comerciantes, porque hoje poderão ficar com a meia-noite, mas amanhã entraremos com novos Projetos. E isso não é bom, não é bom quando se pensa apenas eleitoralmente, porque para tu teres moral para discutir alguma coisa, tu tens que ter em casa, tu tens que ter aqui, tu tens que ter em qualquer lugar, tu tens que ser honesta cem por cento! Então, nós temos que pensar muito bem nisto, porque ninguém é tão santo ou tão maravilhoso que possa resolver e dizer que é o interlocutor de uma saída. Eu quero, mesmo que eu seja vaiada - não tem problema -, os meus respeitos, porque os moradores lutam pelo direito seu, os comerciantes lutam por um direito seu, e eu vou manter a minha opinião: vou votar Sim com o Projeto do Ver. Brasinha e contra que seja votado imediatamente, porque nós podemos achar uma saída louvável aqui nesta Casa. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pela Presidência, o Requerimento sobre a ordem de votação dos Projetos da Ordem do Dia. (Pausa.)

 

O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma indagação sobre a votação: então nós não estamos votando o Requerimento do Ver. João Dib, nós estamos votando a ordem estabelecida pelas Lideranças? Não, só para deixar claro: a ordem estabelecida por todos os Vereadores e pelas Lideranças presentes no gabinete de V. Exª É essa a ordem?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, exatamente!

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o Requerimento sobre a ordem de votação dos Projetos da Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 05 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, apelando para a soberania do Plenário e para o Regimento Interno, artigo 94, parágrafo 3º, inciso I, que diz textualmente (Lê.): “Dependerá de deliberação do Plenário, sem discussão, com encaminhamento de votação, nos termos desta resolução, o Requerimento que solicitar: a) alteração da prioridade estabelecida na Ordem do Dia”, (Palmas.) e eu estou solicitando votação deste Requerimento para que seja votado em primeiro lugar o Processo, dando continuidade, na forma do artigo 172, o Processo nº 2.655/05 - PLL nº 020/05. O Plenário deve votar, Sr. Presidente, na forma do artigo 94.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, respondo a V. Exª: já havia respondido fundamentação sustentada pelo Ver. Ibsen Pinheiro. Uma vez decidida esta matéria, ela está definida, sob pena de nós chegarmos a processo interminável. Por quê? Aí V. Exª solicita o Requerimento que faz, vem o seguinte e faz outro. Aí nós passamos a vida toda aqui?! O Parágrafo 2º do artigo 195 (Lê.): “A prejudicialidade será declarada, de ofício, pelo Presidente, ou a Requerimento de Vereador, sendo dado conhecimento dela ao autor ou ao Plenário, conforme o caso”. Portanto a decisão está tomada, o Plenário poderia tê-la modificado. Eu dou por definida a questão, definitivamente. Está definida, o Plenário poderia decidir.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): V. Exª cita o artigo 195 e fala na prejudicialidade; eu gostaria que V. Exª esclarecesse onde está a prejudicialidade de um Requerimento feito na forma do Regimento? (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ocorrente na espécie, Ver. João Antonio Dib. Ocorrente na espécie!

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Presidente, eu não considero prejudicial, eu insisto agora, em Questão de Ordem, que o artigo 172, diz que: “Iniciada a votação... - e foi iniciada, foi votado, e a Procuradoria da Casa também diz: “Primeira situação: votação efetivada, o resultado evidencia falta de quórum” - foi o que aconteceu - “a Mesa declara nulo o processo de votação em razão desse fato”. “Procedimento: Sessão seguinte, refaz-se todo o processo de votação, com encaminhamento e tomada de votos. A proposição não tem priorizada a sua apresentação”.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente, V. Exª está lendo...

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não, Sr. Presidente, V. Exª sabe que eu sou um atento Vereador. A Procuradoria colocou-se sobre o muro, porque na segunda situação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não! Absolutamente, não!

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não, está aqui! Segunda situação... (Lê.): “Processo de votação iniciado. Encaminhamento de uma ou mais Bancadas. A Mesa identifica que o Plenário não está com quórum e deliberação, encerrando a Sessão por esse motivo. Procedimento: Em conformidade com o Parecer nº 213/95 da CCJ, aprovado pelo Plenário em 18.08.95, na Sessão seguinte dá-se continuidade aos encaminhamentos, fazendo jus às Bancadas que ainda não o fizeram. Proposição priorizada na Ordem do Dia”. (Palmas.) Isso é da Comissão de Constituição e Justiça, não é da Procuradoria, e foi V. Exª que me forneceu este documento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria que V. Exª interpretasse melhor, Vereador.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05. (Lê.): “Altera a Lei nº 9.329/03, que institui a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) e dá outras providências”.

Em votação o Requerimento que solicita a retirada de tramitação do PLL nº 036/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Iniciamos, conforme deliberação do Plenário, a ordem estabelecida.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. s/n.  (Ver.ª Clênia Maranhão) requer Regime de Urgência para o PROC. Nº 6895/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 011/05, que dispõe sobre a arrecadação e o recolhimento das contribuições devidas ao Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. (incluído em 15-12-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento s/nº, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que solicita que seja considerado em Regime de Urgência o PLCE nº 011/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 6765/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/05, que altera a Lei  9.329/2003 que institui a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) e dá outras providências.  Com Emendas nos. 01 e 02. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos. 01 e 02.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 113 da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 15-12-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 031/05, com Emendas nºs 01 e 02. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, o Governo propõe a Contribuição de Iluminação Pública para a nossa Cidade. Eu quero dizer às senhoras e senhores que quem planta colhe, e quem plantou a cizânia sobre o tema foi um dos Secretários do Governo Municipal. Isso terá um custo que será o voto “não” de toda a Bancada do PT, porque nós não somos moleques, não somos pessoas que se dobram diante de provocações; pelo contrário, foi a falta de educação, de decoro, os impropérios que foram lançados contra a nossa Bancada pelo Sr. Cassiá Carpes, Secretário Municipal de Obras, que tem sob sua responsabilidade a Divisão de Iluminação Pública, que nos faz votar “não”; dizemos “não” a um comportamento que não condiz com quem é um gestor público, com quem foi indicado pelo Prefeito para gerir um órgão tão importante e que chega aqui e diz: “Se eu fosse Vereador, votaria contra”. Pois então votaremos contra, já que o Secretário acha que no Orçamento é possível compatibilizar a questão da iluminação pública.

Está em jogo o pagamento de uma dívida para a CEEE, temos que pagá-la! Estão em jogo quantos pontos de luz? O Secretário não nos respondeu. Fala-se em mil pontos de luz, foi isso que o Secretário negociou com outros dois Secretários do Governo. Como é que nós podemos acreditar, como é que nós podemos votar nisso, se o Secretário fez uma reunião com dois membros do Governo e depois negou publicamente que a tivesse feito? O Governo que se entenda, porque nós não podemos ajudar quando o Governo não quer se ajudar e quando um dos seus Secretários faz a lambança que fez. Nós vamos votar em repúdio, vamos mostrar que a nossa Bancada não se dobra, nós não nos vergamos, queremos ser respeitados nesta Casa!

A nossa Bancada ajudou muito o Governo Municipal; eu vou citar a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, que eu tenho o privilégio de dirigir junto com o Ver. Sebastião Melo, Vice-Presidente; Verª Manuela d’Ávila, Verª Sofia Cavedon e Verª Neuza Canabarro. Nós ajudamos, enormemente, as três Secretarias: Educação, Cultura e Esportes. Nós fizemos 114 pautas, Ver. Todeschini; 64 reuniões, afora as visitas. Nós apontamos problemas e levantamos soluções. Os cinco Vereadores agiram como se deve agir em uma Comissão Técnica da Câmara, não fizemos proselitismo. Tanto a Verª Neuza Canabarro, como o Ver. Sebastião Melo, membros da base do Governo, quando tinham questões de demandas do seu mandato, o seu pensamento; eu, como Presidente, encaminhei todas as pautas, o mesmo foi com a Verª Manuela d’Ávila e a Verª Sofia Cavedon.

Nós não estamos aqui para prejudicar o andamento e a gestão pública. Nós estamos aqui para ajudar, como nós estamos ajudando o Secretário Cecchin, que veio aqui discutir com os Vereadores, conversou com a nossa Bancada, aceitou três das quatro Emendas que nós propusemos sobre o chamado camelódromo. Eu tenho certeza, pelo meu conhecimento, de que o Projeto vai estar melhor, vai estar mais bem amarrado.

Portanto, nós vamos deixar aqui registrado, neste dia 15 de dezembro, a marca de quem não se dobra e repudia os ataques que sofreu: quem planta colhe; quem faz lambança sabe o resultado; quem faz lambança acaba tendo o retorno. E foi o que aconteceu, o retorno é o meu voto não. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Manuela d’Ávila, que solicita votação em destaque e a dispensa do envio da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos discutindo, neste momento, um dos mais importantes Projetos que está na pauta neste final de ano, o da Taxa de Iluminação Pública.

Queria, primeiro, recordar às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores, fundamentalmente ao Ver. Adeli que me antecedeu, lembrando que esta Casa, a Câmara Municipal de Porto Alegre, aprovou, em dezembro de 2003, pela quase totalidade dos votos - apenas seis Vereadores votaram contra - a Taxa de Iluminação Pública para o Município de Porto Alegre. Esse Projeto foi enviado pelo Governo anterior, e foi aprovado por esta Casa, mais ou menos em sintonia com a maioria dos Municípios gaúchos: mais de 300 Municípios do Rio Grande do Sul já têm essa taxa. Essa é a realidade.

A Casa aprovou a Lei enviada pelo Governo passado, e o que aconteceu com essa Lei? Essa Lei teve algumas imprecisões legais, o que impediu a sua aplicação. A Lei existe, mas ela foi questionada na Justiça, fundamentalmente porque o Tribunal de Justiça apontou alguns problemas que foram corrigidos no Projeto que estamos discutindo neste momento. Qual foi o problema que foi corrigido? Houve a modificação evitando o não atrelamento da Contribuição do consumo de energia elétrica ao contribuinte. Na Lei anterior, havia um artigo que definia um quadro vinculando o percentual de pagamento ao contribuinte, portanto, a Contribuição do consumo de energia elétrica era vinculada ao contribuinte, tornando a Lei não em sintonia com as leis nacionais e, com isso, criando um problema de ilegalidade no texto.

A Lei atual corrigi isso, isto é, as isenções não estão vinculadas ao consumo. Essa é uma modificação necessária - talvez, o público não entenda o que estou falando, mas todos os Vereadores sabem disso -, pois aquele artigo que definia o percentual da taxa vinculado aos consumidores, inviabiliza a Lei. Portanto, era preciso que se retirasse esse tipo de conceito, e o Executivo teve uma preocupação social extremamente importante, aprimorando a Lei do ponto de vista social. Como? Primeiro, garantindo que nenhum contribuinte, nenhum consumidor de Porto Alegre que não seja atendido pelo sistema de iluminação pública, pague pelo serviço. Esse consumidor, portanto, estará isento. Assim como também estarão isentas as famílias de baixa renda, cadastradas na taxa social. Isso não estava previsto com essa clareza na Lei anterior.

E, por último, Sr. Presidente, para concluir, quero dizer que, o fato de a Prefeitura de Porto Alegre não poder aplicar essa Lei, porque ela precisava dessas correções, faz com que a Prefeitura de Porto Alegre esteja no Cadin, e faz com que o Governo do Estado não repasse mensalmente a sua contribuição referente ao SUS - Sistema Único de Saúde - fazendo com que a aplicação dos recursos de saúde sejam muito menores do que serão no momento em que fizermos a correção dessa Lei, uma Lei que já existe, uma Lei encaminhada a esta Casa pelo Governo passado, uma Lei aprovada por este Parlamento.

Portanto, quero lembrar aos Vereadores e Vereadoras que, se não compreenderem esta Lei, a importância social dela, estarão evitando a melhoria no atendimento da saúde pública no nosso Município. É disso que se trata. Eu só espero coerência política dos Vereadores que votaram no Governo passado, e espero que ninguém mude o seu voto, porque mudou o governo, ou porque perdeu a eleição ou porque não gosta do tipo de diálogo que estabelece com um Secretário. Isso é uma questão pessoal, e o povo de Porto Alegre não pode ser culpado disso. Isso é uma tergiversação para fazer uma justificativa na incoerência do voto. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, não dá para jogar para a platéia, dizer que tudo é a mesma coisa que não é. O Projeto da Frente Popular em relação a esse Projeto foi absolutamente modificado. Tem de ser dito isso! Então, se na época votei favoravelmente - o que é certo é certo -, hoje eu vou votar contra, e aí vocês vêm dizer que é irresponsabilidade com a Cidade! Irresponsabilidade foi fazer a mascaração que foi feita com este Projeto. Só há uma possibilidade, votar favorável à Emenda do Ver. Raul Carrion e da Verª Manuela d’Ávila, que recupera muito a Lei anterior, o que aqui já foi bastante colocado, não havendo necessidade de entrar especificamente no que isso significa para a nossa população em relação ao retrocesso. Aliás, há coisas que são constitucionais, que estão na Constituição Federal, e até mesmo isso está sendo retirado em relação a esse Projeto.

Portanto, a posição do PSB em relação ao Projeto, mantido aquilo que foi mexido, distorcendo as intenções iniciais que tinha o Governo da Frente Popular - e aqui não é uma questão de estar fazendo contraposição, porque todos sabem que eu tenho opinião e quando eu tenho de divergir, eu divirjo -, de fato, está havendo uma injustiça social muito grande. O Projeto atual uniformiza, não diferencia, mostrando que todo mundo é igual, e nós sabemos que não é. Nós sabemos quem é a grande maioria da população, e também na área do rururbano, rural e urbana.

Então, voto contra o Projeto e a favor da Emenda assinada pela Verª Maria Celeste, Verª Manuela d’Ávila, Ver. Raul Carrion, Verª Margarete Moraes e Ver. Carlos Todeschini. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós temos uma perda extremamente significativa na alteração desse Projeto e que é um tema que gostaríamos de ter aprofundado na discussão do reajuste do IPTU. Nós precisamos enfrentar, a cidade de Porto Alegre tem condições de fazê-lo, tem maturidade, tem cultura política e cultura de defesa e construção de cidadania suficiente para enfrentar o tema da progressividade dos impostos.

Quanto ao IPTU, nós achamos - e fica o desafio, aqui, ao Ver. Odone, à Verª Clênia, ao Governo Fogaça - que deveríamos enfrentar, no ano que vem e não no final deste ano, a discussão da progressividade, a discussão da justiça fiscal, no sentido de conseguir respeitar o cidadão, a cidadã, a partir das suas condições de renda, de moradia, tratar de forma mais justa a sua contribuição para as políticas públicas da Cidade. Não é justo que se trate com o mesmo percentual pessoas com renda totalmente diferenciada, com privilégios completamente diferentes, com situação de infra-estrutura, de acesso a ônibus, de acesso aos bens culturais diferenciados, e pagarem exatamente o mesmo valor. Esse é o problema dessa Taxa de Iluminação Pública e é um problema do IPTU. Tenho certeza de que a progressividade ampliaria recursos na Cidade de Porto Alegre, taxaria mais supérfluos - supérfluo é um plus na vida de muitos cidadãos - e aliviaria a carga tributária de tantos porto-alegrenses que já sobrevivem com tanta dificuldade na periferia da Cidade. Nós sabemos que o problema não é local sobre a progressividade da Taxa de Iluminação Pública, que é um problema de não termos avançado na Legislação Federal. Mas, acho que deveríamos fazer esta briga, que não deveríamos abandonar esta batalha que, para nós, fará uma diferença muito grande em relação a esta Taxa.

Outra questão que vai influenciar decisivamente no nosso voto - e não é uma mera retaliação, mas é uma questão de postura e é uma questão de dificuldade de entender esse Governo - é que o Secretário de Obras - o Secretário mais interessado em resolver o problema da iluminação pública, o responsável por ela - veio a esta Casa - e não foi desautorizado pelo Executivo, pelo Prefeito Fogaça e nem mesmo pela Liderança deste Governo -, o Secretário de Obras, que é Vereador, e disse: se eu fosse vereador não votaria na Taxa de Iluminação Pública. E eu vou repetir, o Secretário de Obras não acha, portanto, que esta Casa deva votar este Projeto. E essa postura indica, para nós, uma linha, uma forma que esse Governo adotou, que lamentavelmente a mídia reforça, de encarar problemas do gestor e que são responsabilidade do gestor. E da mesma maneira mudou o índice do IPTU, e passam a versão pública de que é a Câmara de Vereadores. Eu ouvi entrevista do Secretário Tatsch dizendo: “Olha, isso está sendo resolvido na Câmara”.

Quanto à questão dos municipários eu também ouvi literalmente a fala do Secretário na rádio: “Olha, nós fizemos uma proposta e mandamos para a Câmara, a Câmara tem poder de decidir”. E a mesma questão é em relação à Taxa da Iluminação Pública, que por trás, revertendo ou invertendo a fala do Vereador Cassiá, diz que o entendimento é esse, os problemas não são de gestão e de quem foi eleito para governar. O problema é a Câmara de Vereadores que, na verdade, não tem poder; tem aqui maioria de Governo, e que acaba referendando a política de Governo, mas sem este Governo colocar a sua cara para bater, e assumir a sua responsabilidade.

Quanto à questão dos bares é exatamente assim e acho que essa fala do Vereador Cassiá é emblemática nesse sentido; ele disse: “Se eu fosse Vereador eu não votaria, mas eu sou Secretário, sou Governo, eu estou apresentando uma proposta; vocês, Vereadores, estão autorizados a não votar”.

Então isso é uma maneira irresponsável de enxergar as instâncias de democratização numa sociedade. É uma maneira irresponsável de trabalhar a população, porque confunde a opinião pública, tira completamente a esperança e a confiança do cidadão nas instituições. E eu acho que nós não podemos concordar com isso.

Já encerro, Sr. Presidente. Digo isso, que nós não votaremos na Taxa de Iluminação Pública, não só por essas razões, mas fundamentalmente por essa. Achamos que o Governo tem que ser muito conseqüente, muito sério e tratar de uma só maneira. Escrevemos para o Prefeito Fogaça isso, que não aceitamos essa postura do Vereador Cassiá Carpes, não tivemos resposta e não tivemos uma fala pública desautorizando essa postura irresponsável do Secretário de Obras.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Vereador Presidente Nedel, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente, assistência do canal 16, não é da Bancada do PT e da Bancada da Frente Popular, Verª Maristela, Ver. ª Manuela, Ver. Raul Carrion, que deve ser cobrada coerência sobre este assunto. À época em que era Vereador aqui o Cassiá Carpes não só esbravejava, discursava e panfletava nas comunidades contra a cobrança de Taxa de Iluminação Pública, como protocolou um Projeto nesta Casa, visando à proibição da cobrança da Taxa de Iluminação Pública.

Então, vir aqui cobrar coerência da nossa Bancada, qual é a moral deste Governo e da sua Bancada em fazer isso? O Secretário, responsável pela gestão do serviço de iluminação pública, vem a esta Casa e diz que se fosse Vereador votaria contra. Vejam só, senhoras e senhores! E aí a Líder do Governo quer cobrar coerência da nossa Bancada, Verª Maristela. Tem que ser mais sério!

Estamos discutindo um assunto que eu acho que não vai vencer, mas se vencer aqui neste plenário, poderá aportar 20 milhões de reais por ano para os cofres do Governo, que não tem cumprido o seu papel. Não ter Taxa de Iluminação aprovada não lhe dá o direito de ter as lâmpadas apagadas em inúmeros pontos da Cidade, assim como não lhe dá o direito de não apagar as luzes durante o dia. Eu recebi, ontem, uma relação de muitos pontos que continuam acesos 24 horas por dia. E aí é muito fácil passar a conta da incompetência para o contribuinte, e depois nos cobrar coerência. Não, não é possível, não é aceitável!

O Vereador-Secretário Cassiá Carpes, que gosta de se promover como grande realizador, e até agora eu não vi nada, que trate, antes de tudo, de fazer o seu papel, delegado e jurado quando assumiu o cargo de Secretário, de cumprir com as suas obrigações, e depois que venha discutir aqui, com a nossa Bancada, coerência e Contribuição de Iluminação Pública, Verª Maristela, porque quem não faz o tema de casa não tem direito. E o Vereador-Secretário Cassiá Carpes não tem feito nenhuma das lições que lhe foram delegadas, tanto é que se a luz está mal não é porque não tem Taxa de Iluminação Pública, é por incompetência, porque tiraram as pessoas que sabiam fazer o trabalho de lá, da DIP, que no tempo da Administração Popular sempre recebia nota 10 das comunidades. Vão ver agora o jeito que está! Assim como tenho dito que o pavimento da Cidade está intransitável, a pista de rolamento com buracos, asfalto enrugado e aquele serviço de gerenciamento, de fresa, de manutenção das vias não é feito há um ano. E agora querem vir cobrar coerência nossa, da oposição? Enviam o Projeto totalmente diferente daquele que passou aqui no ano passado, um Projeto que penaliza os que podem menos e alivia os que podem mais.

Nós votaremos contra este Projeto. E não damos autoridade a este Governo, ao Prefeito Fogaça e ao Secretário da SMOV, Sr. Cassiá Carpes, a nos cobrarem coerência, como este veio aqui fazer há poucos dias. Estamos sendo, sim, coerentes; apoiamos o Governo em inúmeras coisas, na criação das Secretarias, nos Projetos que enviou para cá, no Refis, todas as mudanças que são importantes, inclusive para arrecadar mais tributos, mas, passar essa conta do jeito como está sendo feito, para a responsabilidade da oposição, não cabe! Até porque o Governo, se quiser, tem maioria e pode aprovar tudo, como sempre fez. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05, por cedência de tempo do Ver Aldacir Oliboni.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, não é um problema pessoal como a Liderança do Governo quer fazer crer. Nós não discutimos e não pautamos a ação política com base nas idiossincrasias pessoais. Olha só! Vejam as senhoras e vejam os senhores, estão nos tirando para idiotas, como se nós fossemos mesquinhos, como se nós levássemos em conta alguma questiúncula pessoal! Não! É uma questão política, uma oposição, Ver. Maristela Maffei, que honra o seu papel.

Um Vereador que é fiscal da Prefeitura, do Executivo, seja na situação ou na oposição, tem que fazer o seu papel: em primeiro lugar, estar em sintonia com a população. Isto não quer dizer que a gente apanhe aqui todas as questões que vêm das comunidades ou dos movimentos e concorde com elas. Ontem, nós votamos a questão da esterilização dos animais. A Verª Margarete Moraes, eu e outros confrontamos com uma Emenda, e dissemos qual era a nossa opinião, inclusive disse que era contrabando. Agora, isto tem algum ataque pessoal ao ator da Emenda? Claro que não! É um profundo respeito pelas pessoas. Agora, não venham com essa conversa de que nós estamos fazendo uma disputa pessoal, resolvendo problemas pessoais!

Nós queremos, inclusive aqui, salientar uma posição que não é individual, é da Bancada, é do Partido, é de amplos setores da sociedade. A postura arrogante e autoritária em relação à nossa Bancada e ao nosso Partido tem o voto não; o conteúdo rebaixado e a forma acintosa das observações feitas pelo Secretário não condizem com o ânimo dos nossos Parlamentares, preocupados com a qualificação dos serviços da nossa Cidade. E tampouco contribuem para assegurar a harmonia entre os Poderes, preceito constitucional historicamente observado pelos Governos anteriores na relação com o Legislativo. Esta é uma nota pública que nós tiramos. Imaginem se o Secretário Guilherme Barbosa, que foi Secretário da SMOV, viesse aqui discutir a Contribuição de Iluminação Pública e dissesse para a então oposição o que o Secretário Cassiá disse. Imaginem! Iam pedir a cassação do Vereador por falta de decoro parlamentar!

O Secretário, inclusive, tirou das notas taquigráficas algumas expressões que eram barbarismos de tal magnitude - eu fiz uma Questão de Ordem - que ele retirou. Não foi fortuita essa retirada dessas palavras, porque se ele mantivesse as palavras que eu solicitei para retirar, eu, pessoalmente, Adeli Sell, Vereador, iria entrar com um processo-crime contra ele. E tenho uma relação que até nem posso me queixar, ele tem respondido, pelo menos, muitas questões, apesar de a Cidade estar esburacada.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, agradeço pelo aparte. Queria registrar que nós que vivemos uma eleição recentemente, percebemos o clamor da opinião pública com relação à Contribuição de Iluminação Pública. Percebemos, claramente, que a população repudia esse tipo de reajuste, uma vez que acabam pagando, realmente, todos os cidadãos e cidadãs, porque é uma forma universal. É nesse sentido que não tem como de uma certa forma direta e no final de cada ano aprovar uma taxa que acaba atingindo toda a população.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Oliboni, eu é que agradeço pela cedência do seu tempo. E diria mais: se a progressividade não vinga por uma questão constitucional, pelo menos nós podemos livrar a população de baixa renda de pagar a Contribuição. Não houve diálogo. Aqui o que vinga é a política da patrola, e a nossa resposta à truculência é uma só, aquela que podemos ter neste momento, porque nós não utilizaremos as mesmas armas. Nós somos democratas. A nossa arma é o nosso voto. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero começar esta discussão, dizendo que no final de 2003 as galerias da Casa estavam lotadas, dizendo que nós Vereadores deveríamos votar não em relação a essa matéria. Eu era oposição. E oposição firme, como sabem os meus amigos do PT. Eu vim a esta tribuna e defendi a Taxa, em nome da qualificação da Iluminação Pública desta Cidade, em nome de toda uma dívida atrasada com a CEEE e de todo um passivo com a CEEE, mas daquilo também que o Fundo poderia representar para a qualificação da iluminação pública, e por entender que os municípios brasileiros, ao fim e ao cabo, são os que estão produzindo as políticas públicas - porque os Governos estaduais e federais têm transferido quase tudo aos municípios; e os municípios tinham 20% do bolo tributário, hoje, não chega a 14%; em nome de tudo isso, eu disse sim à Taxa. Eu disse sim à Contribuição. E os meus amigos da Frente Popular disseram sim, aqui, aprovando a Lei.

Porque o que se está votando, hoje, Sr. Presidente, não é uma legislação; a legislação existe na cidade de Porto Alegre. Ela foi contestada na Justiça pelo Sindilojas, foi acolhida uma liminar, foi mantido o mérito pela inconstitucionalidade.

E a Prefeitura faz, então, por meio da Procuradoria e da Secretaria da Fazenda, uma alteração na Lei para que possa, então, cobrar aquilo que era vontade do Prefeito João Verle, que era desejo da Governança do PT, que era desejo do Secretário Collar - que só não colocou em prática, porque a Justiça decidiu o contrário.

E aí, me permitam, meus colegas Vereadores, o Rio Grande tem 497 Municípios. Hoje, 380, 390 Municípios já estabeleceram a Contribuição com Partidos dos mais diferentes matizes: PMDB, PDT, PT, PSB, PP!

Eu me lembro que o gaúcho Paulo Ziulkoski, municipalista, mobilizou os cinco mil Prefeitos do Brasil inteiro e marchou a Brasília para poder fazer aprovar essa legislação, que recebeu do Congresso Nacional a unanimidade! Porque Segurança Pública também se faz com uma boa iluminação. Uma cidade bem iluminada é fator de Segurança Pública. Porto Alegre gasta 1,5 milhão por mês! Deveria pagar, e não está pagando a conta! A Prefeitura está no Cadin!

Agora, eu pergunto o seguinte: está bem, eu não quero instituir a Contribuição; de onde é que vão tirar os recursos para pagar a iluminação pública? Da Saúde? Da Educação? Da FASC? Se alguém tiver esta resposta, eu quero dizer que eu mudo de opinião; opinião que tive lá atrás, opinião que tive quando era oposição nesta Casa - e era véspera de eleição -, mas eu fiquei com a minha consciência de legislador.

Portanto, eu não estou dizendo, aqui, nenhuma novidade; eu estou repetindo aquilo que disse lá atrás. Eu acho que ninguém quer - nem população, nem Vereador - instituir Taxa, Contribuição ou imposto. Mas essa é uma realidade. A Cidade não tem como tirar de outras Receitas para custear a iluminação pública. Esses recursos têm de vir dessa instituição.

Sou defensor da progressividade, pois eu não acho justo que quem mora no bairro Moinhos de Vento, na Vila Assunção ou na Vila Pinto, pague o mesmo preço. Mas a Lei, neste momento, não nos permite ser diferente, porque a Lei não permite a progressividade. Então, essa foi a forma jurídica encontrada para encaminhar essa matéria.

Essa questão não é uma questão do Partido “A” ou do Partido “B”, ou do Governo; é uma questão da Cidade. E esta Casa, mesmo antes de eu estar aqui, e agora que eu estou aqui, mais do que nunca, sempre vota olhando pela Cidade, olhando para os interesses públicos. E essa questão, na nossa avaliação, é de interesse público. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezadas Vereadoras, prezados Vereadores, público que nos assiste, eu quero, aqui, dar continuidade à exposição do Ver. Sebastião Melo, bem como trazer um conjunto de contradições que o Projeto que cria a Contribuição de Iluminação Pública - CIP - apresenta a esta Casa. Este Projeto traz, neste momento, mais um conjunto de fragilidades do Executivo na elaboração dos seus Projetos.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª disse que o Projeto cria a Contribuição de Iluminação Pública, mas a Lei já foi criada em dezembro de 2003. Na realidade, trata-se de uma alteração de uma Lei já existente, Vereador. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: É exatamente essa a intervenção que vou fazer. A legislação já existe, como foi dito, e se altera a lei para cobrar a Taxa de Iluminação Pública em Porto Alegre. Mas creio que foi dito, com todas as letras, num processo de disputa eleitoral, Vereadores e Vereadoras da base do Governo, que o que era bom seria aplicado e teria continuidade, e o que estava ruim seria melhorado. Esse Projeto de Lei que vem para a Câmara prejudica, discrimina a cidade de Porto Alegre. É um Projeto que rebaixa a legislação existente sob o ponto de vista do seu conceito, e vou aqui justificar, Ver. Sebastião Melo, por que estou dizendo isso. Se a Lei não permite criar a progressividade, o Executivo deveria ter capacidade de planejamento para propor o seguinte: a Cidade não é igual, Ver. Braz, a Cidade é diferenciada, e a Taxa de Iluminação Pública que está sendo proposta é para cobrar de todas as residências o mesmo valor. Será que a comunidade do bairro Três Figueiras, que está aqui, será que uma moradia no Três Figueiras é o mesmo que uma moradia lá perto do Morro São Pedro, além da Restinga, na Vila Pitinga? Não, não é igual! Tem muita diferença, há muitos valores da urbanidade e da Cidade que estão diferenciados, Ver. Sebastião Melo. Portanto, o Governo teria que mandar um Projeto a esta casa - não estamos exigindo aqui a progressividade - com um planejamento diferenciado, que criasse zonas diferenciadas para cobrar a Taxa, inclusive isentando algumas regiões e algumas zonas da Cidade, onde não tenha iluminação pública, porque o Projeto aqui diz que se poderá pedir isenção da Taxa, mas cobra indiscriminadamente de todos; depois, tem que montar um processo na burocracia e na legislação para pedir isenção, e esses processos acabam levando um ano, dois anos, três anos, quatro anos e continua sendo cobrada a Taxa de Iluminação Pública. Por isso, eu cobro, aqui desta tribuna, do Governo Germano Rigotto e da CEEE; nós discutimos aqui nesta Casa, a CEEE está cobrando uma taxa irregular de energia elétrica dos produtores rurais de Porto Alegre, e foi dito aqui, pela Liderança do PMDB, naquele momento, que isso seria resolvido. Até hoje não foi resolvido, e os produtores estão disputando na Justiça.

Portanto, não dá para nós aprovarmos este Projeto da maneira como está sendo colocado.

E quero aproveitar para dizer para a Bancada do PSDB, e para os demais Vereadores da base do Governo, que o Prefeito de São Paulo, José Serra, do PSDB, encaminhou um Projeto à Câmara Municipal, e foi aprovado, lá em São Paulo, que diz o seguinte (Lê.): “A proposta enviada pelo Prefeito José Serra, do PSDB, também prevê o fim da cobrança de taxa de luz para os paulistas que moram em ruas onde há carência estrutural urbana, onde não há iluminação pública”. Portanto, votar num Projeto, aqui, diferente do que é aplicado em outras cidades, é uma incoerência.

O que nós estamos cobrando do Projeto do Executivo Municipal é aquilo que o Vereador Carpes, que veio aqui, não disse: por que estão cobrando um Projeto para toda a Cidade sem fazer um planejamento diferenciado, e dizendo que a Bancada da oposição é responsável por isso?

E gostaria, também, que o jornal Diário Gaúcho estampasse na capa, como fez com a Tribuna Popular e com todos que votaram a favor na eleição passada daquele Projeto, porque não se pode ter dois pesos e duas medidas. Tem que ter uma postura só e tem que dizer porque nós estamos votando contra a Taxa de Iluminação Pública. Porque ele não está fazendo justiça social com a cidade de Porto Alegre, é um Projeto igual para os desiguais. Isso nós não podemos aceitar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, foi cobrada coerência da Bancada do PT, da Bancada da Frente Popular, e nós queremos cobrar coerência do Governo, do Executivo e do Legislativo, porque nós estamos cobrando uma fala esclarecedora, uma fala oficial do Governo Fogaça e definitiva, porque a população está confusa, e é uma obrigação do Governo Municipal falar com as pessoas, explicar qual é a sua posição oficial e definitiva. Porque existe um Vereador que hoje é titular da SMOV, o Ver. Cassiá Carpes, que é do PTB, ou seja, que pertence ao núcleo principal desse Governo, e ele vem aqui e diz que, se Vereador fosse, votaria contra a Taxa de Iluminação. Então, isso fere a ética, fere um compromisso que ele tem em manter a liturgia do cargo, porque quem está no Governo tem obrigação de apoiar o Governo; se ele discorda, tem que discordar em níveis internos do Governo e tentar fazer valer a sua posição, e se houver incompatibilidade com suas idéias, ele tem que sair do Governo e do Partido que compõe a base desse Governo.

Além de tudo, ele veio a esta Casa, como disse o Ver. Adeli, sem a menor educação, sem compostura, ofendendo a Bancada da hoje oposição, sem respeitar a liturgia do cargo. Ele é um Secretário e, como tal, tem a obrigação de falar com toda a população da Cidade com sobriedade. Ele fere um dos princípios da administração pública, o da impessoalidade. Ele pessoaliza, chega aqui e comete uma grosseria como jamais aconteceu na história desta Casa, e o Governo lavou as mãos, se omitiu, não diz nada, repassa este Projeto para a Câmara de Vereadores e pretende culpar a Bancada do Partido dos Trabalhadores por não resolver essa questão.

Além da falta de preparo do Secretário, quero dizer que eu fui à região do Cristal no lançamento da Governança Solidária e não tenho nenhum reparo à fala do Prefeito, nem do Deputado Busatto, que colocaram com muita propriedade as suas questões; agora, o Ver. Cassiá estava lá e se deu mal outra vez, porque ele dizia que era o Orçamento enganativo, dizia que as pessoas eram partidárias do PT, mas quem coordenava era uma pessoa que sempre foi do Orçamento Participativo, sempre foi uma liderança daquela região e não é do PT, é de outro Partido - é um direito que ele tem - e ele continua agindo como sempre agiu: com toda a ética, com toda a sobriedade. E quando o Ver. Cassiá vai às vilas, Verª Maria Celeste, ele ainda diz que não há Vereadores que defendam a população.

Então, quero repetir: ele tem o direito de ser contra, mas ele tem o dever ético de sair da SMOV e de sair do seu Partido, porque ele só quer os bônus, não quer o ônus de defender o Governo, e quem está no Governo tem que defender o seu Governo, seja bom ou seja ruim na questão imediata, tem que pensar no futuro da Cidade.

Agora também perguntam para nós: de onde vai sair o dinheiro? Nós sugerimos que saia das verbas de publicidade, que são muito exageradas; pode sair também das verbas de consultoria, serviço que nunca houve na história de Porto Alegre.

E a terceira razão pela qual votaremos contra, em bloco, a Bancada do Partido dos Trabalhadores e da Frente Popular, Verª Manuela d'Ávila e Ver. Raul Carrion, é porque tem linearidade. Conforme todos os projetos que este Governo tem apresentado, ele demonstra que não reconhece que Porto Alegre tem diferenças sociais, tem pessoas que podem mais, tem pessoas que podem menos. E esses projetos - que são importantes - de cobrança de tributos que a população deve para que a Prefeitura possa devolver em serviços, devem ser de acordo com a renda das pessoas, com a situação social de cada um. Essas são outras razões que eu quero acrescentar a todas já colocadas pela Frente Popular, que justificam a votação da Frente Popular contrária a este Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, e os que nos assistem aqui, queria nesta primeira discussão deste Projeto dizer que o posicionamento que a nossa Bancada definiu, depois de muito estudo,de debate interno, considerando todas as variáveis, não é, Ver. Carlos Comassetto, uma posição, de princípio, contrária à Taxa. Tanto não é de princípio, que nós, no acordo nacional e na última votação da Taxa, Ver. Sebastião Melo, aceitamos votar favoravelmente ao Projeto que veio do Governo Municipal. Agora, evidentemente, aceitar em princípio a tese da existência de uma Contribuição de Iluminação não quer dizer votar qualquer projeto que crie uma Contribuição. Se o Projeto for incorreto, se o Projeto for injusto, nós seremos contra, ainda que aceitemos a tese.

Digamos que seja um Projeto que onere a taxa de Contribuição de Iluminação Pública da comunidade mais carente e facilite para os ricos. Nós vamos votar a favor porque, em tese, aceitamos a Taxa? Evidentemente que não! Nós temos que examinar o mérito, ou não, do Projeto que veio do atual Executivo.

Então, essa é a primeira questão. Por que o Executivo, Verª Maristela Maffei, só no dia 11 de novembro, às vésperas do recesso, enviou-nos o Projeto? Pretende enfiar goela abaixo como está fazendo com a questão do chamado “camelódromo” ou Centro Popular de Comércio Informal? Levaram 11 meses, no caso do camelódromo, para enviar o Projeto; agora querem que em 15 dias a Câmara o aprove? Este problema também é complexo e deveria ter uma maturação na nossa Câmara Municipal.

Então, vamos examinar o Projeto.

O Projeto que a Bancada do PCdoB aprovou, em primeiro lugar, dava isenção para quem consumia, em caso residencial, até 50 kWh. Existe isenção até 50kWh, Ver. Sebastião? Não!

Era um Projeto que isentava quem, em caso não-residencial, consumia até 70kW. Isso desapareceu do Projeto da nova Administração!

Era um Projeto pelo qual quem consumia menos pagava menos; havia um percentual de 3,5% sobre o consumo após a isenção. Portanto, no caso residencial, 3,5% de 51kW, que eram isentos, era R$ 1,78. O novo Projeto, Ver. Sebastião - e aí não é uma questão em tese; é no concreto - parte de R$ 2,80, mas o pior: vai pagar R$ 2,80 o mais mísero casebre, e vai pagar R$ 2,80 a mais luxuosa mansão! Podemos concordar com isso? Evidentemente que não! Não é um Projeto construído, Ver. Neuza, dentro de uma visão tributária de justiça tributária: que quem tem menos pague menos.

Outra coisa: vai pagar R$ 2,80 o morador da mais mísera casa, na mais abandonada vila, e vai pagar R$2,80 a maior mansão lá na Av. Carlos Gomes. Nós podemos votar isso, gente?! Ah, mas vocês votaram um projeto! Mas o outro projeto era social, este aqui é um Projeto que iguala todos na mesma situação.

Outra questão: o novo Projeto, na questão não-residencial, cobra R$ 8,90 a varrer. Então imaginem aquele pequeno escritório de contabilidade, que tem uma salinha alugada, vai pagar R$ 8,90; e o sapateiro, ali na rua, também vai pagar R$ 8,90; e a Gerdau, quanto vai pagar? Oito reais e noventa centavos! Podemos votar um Projeto com esse caráter? Eu pergunto se algum Vereador ou Vereadora, que não vá usar da palavra, poder-me-ia ceder o seu tempo?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereador, o seu tempo se esgota. A Verª Manuela d’Ávila se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Raul Carrion.

 

O SR. RAUL CARRION: Agradeço à Verª Manuela, Vereador-Presidente. Poderia alguém da situação dizer: “Não, mas o Tribunal disse que não podia ser um percentual!” Tudo bem, mas será que nós não temos criatividade? Eu tenho certeza, Verª Neuza, se deixarem este Projeto na Câmara, para nós analisarmos, nós vamos dar uma solução que não seja a de injustiça social. Vou levantar algumas hipóteses para dizer que não é em tese - eu pergunto, Ver. Todeschini: quem sabe nós não poderíamos vincular um percentual à área da residência ou do empreendimento? Será que não poderia? Uma casinha com 23 metros quadrados vai ter uma taxa menor; uma mansão com cinco mil metros quadrados vai pagar mais; uma salinha com cinco metros quadrados vai ser pouquinho; a Gerdau tem sete mil metros quadrados - vai pagar mais! Por que não é possível isso? Não seria vinculado ao consumo, que é o que a Justiça condenou.

Outra pergunta: quem sabe poderia ser vinculado à metragem, Ver. Almerindo Filho, à metragem da frente do empreendimento ou da moradia - com cinco metros quadrados? A Taxa é menor! Tem 300 metros quadrados? A Taxa é maior! Ou quem sabe, Ver. Comassetto, poderia ser vinculado à localização - é na Av. Carlos Gomes? Tem uma Taxa superior! É na Vila Pinto? Tem uma Taxa inferior! Então não me venham com a conversa de que, já que a Justiça foi contrária, só há esta solução, que ferra o pobre. Não pode ser, Vereador! Senão os banqueiros, de que V. Exª tanto fala aqui, vão pagar R$ 8,90, e o sapateiro, ali, naquela portinha, vai pagar o mesmo valor!

Será que V. Exª está defendendo os banqueiros, Ver. Sebastião, que tanto fala aqui dos banqueiros, na teoria, pelo menos?

Então, nós estamos encaminhando contrariamente, porque este Projeto não faz justiça tributária como o Projeto que nós aprovamos, fazia!

Por fim, há outros elementos que os Vereadores já trouxeram aqui. O Secretário da SMOV, que é responsável pela iluminação, quando veio aqui, disse: “Olha, eu, se fosse vocês, votava contra, mas eu não posso dizer isso, porque eu sou do Governo”. A pessoa responsável pelo Governo, pela iluminação pública, Ver. Haroldo, disse isso! Eles mesmos reconhecem, Ver. Almerindo! A autoridade máxima do Governo,Ver. Sebastião! Como é que nós vamos votar a favor? Já temos no conteúdo uma séria contradição.

Aí o Governo vai para o jornal e diz assim: “Não! Nós não temos nada que ver com esse aumento! Isso aí é problema da Câmara! O Governo não tem nada que ver!” Ou seja, nós vamos pagar o bico, vamos votar, e, quando for à imprensa, Ver. Todeschini, vai dizer: “Câmara mudou o imposto do IPTU”. Primeiro: esqueceu de dizer que a oposição e alguns Vereadores da base não votaram. Segundo: a mudança não foi da Câmara; a mudança foi feita por meio de um Projeto de Lei que o Prefeito mandou para esta Casa, e a sua base do Governo votou.

Eu não quero, portanto, Ver. Sebastião, que, primeiro, venha aqui o Secretário da SMOV dizer assim: “Se eu fosse vocês, eu não votava isso aí”. Segundo, venha o Prefeito e diga: “É problema da Câmara, eu não tenho nada que ver”. E, terceiro, que venha a imprensa depois e diga: “A Câmara alterou a Taxa”. Quando a oposição vai votar contra, quem vai votar a favor é a base do Governo, e quem mandou o Projeto de Lei foi a base do Governo.

Por isso, nós não vamos entrar nessa armadilha e vamos defender um Projeto de Taxa de Iluminação Pública que seja social, que leve em conta que quem tem menos tem que pagar menos, e quem tem mais tem que pagar mais. E vamos cobrar dos Vereadores, que hoje são da base do Governo, que votaram contra o Projeto, justo, que era o projeto da Administração anterior, e que agora já estão preparando as argumentações para votar contra a população de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLE nº 031/05 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, frente à manifestação contundente do Ver. Carrion, eu requeiro, em caráter de urgência, que seja fornecida a este Vereador e a quem queira, a cópia do discurso do Ver. Carrion, no dia que foi votada a Lei que estabeleceu a Taxa de Iluminação Pública, no ano de 2003, aqui nesta Casa. Gostaria que V. Exª pudesse diligenciar em caráter de urgência urgentíssima.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu não só gostaria que o Ver. Sebastião Melo recebesse com a máxima urgência, como eu incorporo que ele receba com a máxima urgência o pronunciamento de hoje também, pois aí ele aprenderá também alguma coisa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Embora esteja disponibilizado na Internet o discurso do Ver. Carrion na oportunidade, o providenciaremos.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, penso ser bastante salutar resgatarmos aquilo que nós falávamos em 2003, aliás, não só a fala do Ver. Raul Carrion, mas de toda a Bancada da Frente Popular que, naquele momento, votou favoravelmente. Estamos mantendo a nossa coerência, porque aquele Projeto, encaminhado naquele período, trazia uma característica especial que, agora, neste novo Projeto, nós não mais encontramos. Há um aumento linear, de fato, representado no Projeto; todos pagarão a mesma taxa, da mesma forma: quem consome mais - como já foi explicitado aqui pelo Ver. Raul - e quem consome menos energia elétrica. Isso nós não podemos aceitar de forma alguma.

Parece que falam na questão da constitucionalidade, por isso houve o problema, a questão da progressividade naquele Projeto, e que agora a Justiça teria, então, recuado nesse sentido, e houve a Liminar com esse aspecto, que depois quero comentar um pouquinho.

Primeiro, quero dizer que nós estamos, de uma forma bastante açodada, votando este Projeto, sem uma discussão aprofundada nesta Casa, sobretudo porque da outra vez nós também o fizemos dessa forma, e por fazê-lo sem uma discussão preliminar, acabou sendo questionada essa Lei na Justiça, que foi derrubada - de fato é isso que aconteceu. E, para que isso não aconteça, nós temos que então passar a ter um cuidado maior.

E a minha preocupação maior em relação a esta nova Lei que muda a questão da Taxa para o Custeio de Iluminação Pública, é a Liminar dada na 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (Lê.): “A 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio confirmou na última quarta-feira (dia 7 de dezembro), por unanimidade, a sentença do juiz da 6ª Vara Cívil, que nos autos do Mandado de Segurança impetrado por Murilo Beltrão em face de o Secretário da Fazenda Municipal de Niterói considerar inconstitucional a cobrança da Contribuição de Custeio de Iluminação Pública (Cosip), que substituiu a Taxa de Iluminação Pública (TIP)”.

Vejam bem, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, alegando a questão da constitucionalidade, estão remetendo um outro Projeto - que já tem Mandado de Segurança no Rio de Janeiro -, mandando retirar também o Projeto por ser inconstitucional. De fato, essa Taxa cobrada, ou a Contribuição para o Custeio do Serviço, ela é inconstitucional, os Municípios não poderão cobrar; é disso que se trata. Então, a nossa Bancada da Frente Popular está sendo tremendamente coerente quando vem aqui e diz que não é possível cobrar.

Nós estamos com o mesmo discurso; achávamos que poderíamos ter, na época, essa situação resolvida por meio do Projeto de Lei. Verificamos, por meio da Justiça, que não houve essa possibilidade e, agora, não podemos manter a nossa incoerência, cometendo o mesmo erro novamente, se novamente vai ser questionado.

Hoje pela manhã já escutava que várias entidades estão-se mobilizando e entrarão novamente na Justiça, questionando a constitucionalidade deste Projeto, que chegou a esta Casa há menos de um mês, passou pela Comissão de Constituição e Justiça. Aliás, não passou pela Comissão de Constituição de Justiça, foi feito um Parecer conjunto das Comissões de uma forma extremamente açodada neste Plenário, levando-nos a várias considerações, a várias perguntas e questionamentos que, até agora, não nos foram respondidos.

Igualmente, a Bancada do PT encaminhou ofício ao Prefeito Municipal, questionando a postura do Ver. Cassiá, que quando esteve aqui para responder, como Secretário da Pasta, aos nossos questionamentos colocados sobre a Taxa de Iluminação Pública e sobre a iluminação pública em Porto Alegre, até hoje não houve retorno do nosso ofício do Prefeito Municipal. E nós estamos, sim, preocupados com todas as questões colocadas pelo Ver. Cassiá, sobretudo, como a forma que ele se coloca, não apenas neste espaço - aqui na Câmara Municipal -, mas quando está nas regiões colocando-se à disposição, inclusive, da comunidade, para ser o representante, como ele fez na Zona Norte, na reunião do Projeto Comunidade Solidária; colocando-se à disposição como Vereador para representar aquele segmento da população, como se a Zona Norte não tivesse a capacidade de ter não só os Vereadores que moram lá, mas, sobretudo, os 36 Vereadores desta Casa que atuam em toda a Cidade.

Então sobre essa postura, Sr. Presidente, nós estamos ainda, aguardando o retorno do ofício enviado ao Prefeito Municipal, que ainda não nos chegou. E acho que nós vamos seguir, de fato, o conselho do Ver. Cassiá: vamos votar contra, porque ele, como Secretário, manifesta-se dizendo que não há necessidade da Taxa. Então nós vamos aproveitar essa deixa que o Ver. Cassiá nos coloca, dizendo que, se ele fosse Vereador, votaria contra. A nossa Bancada vai votar contra este Projeto, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores. A Bancada do PT e os Partidos aliados da Bancada do PT, que fizeram parte do Governo passado, cometem uma grande incoerência posicionando-se contrariamente, hoje, a essa Taxa de Iluminação Pública. Porque, no Governo passado, nós sempre votamos contrariamente a essa Taxa - nós, da Bancada do PSDB -, mas foram vários os Projetos que nós apreciamos aqui vindos do Administrador Municipal; um deles querendo a Taxa, que era extremamente inconstitucional, e tramitou aqui dentro, e apenas por repulsa dos senhores Vereadores é que ela não foi votada. E, por último, tentando vencer a inconstitucionalidade da Taxa, Ver. Sebastião Melo, e apoiado, é claro, naquela modificação constitucional do art. 149-A, veio o Projeto da Contribuição para cá - então muda de Taxa para Contribuição. Só que o fato gerador era o das contas pagas pelos cidadãos. E exatamente porque a Constituição, lá no seu art. 150 diz que não pode haver fato gerador semelhante para dois tributos diferentes, a ação de inconstitucionalidade acabou vencendo, e essa vontade do PT de instituir a Contribuição foi por água abaixo.

Então, vem o PT aqui, hoje, e diz que não quer a Contribuição?! Não quer agora! Está agindo realmente de forma apenas política, porque administrativamente o PT sempre se posicionou favorável à criação da Taxa de Iluminação Pública ou da Contribuição de Iluminação Pública. Houve sempre o posicionamento das Bancadas passadas que formavam o Governo no sentido de apoiar a Taxa ou a Contribuição de Iluminação Pública, só que era inconstitucional.

O Prefeito Fogaça tenta agora vencer a inconstitucionalidade, daquela forma como foi enviado o Projeto de Contribuição aqui para esta Casa, e tenta fazer com que o fato gerador seja diferente para que nós possamos, então, ter a constitucionalidade daquilo que vamos aprovar.

Só que nós, que havíamos nos posicionado contrariamente no passado, tanto contra a Taxa como contra a Contribuição nos Governos do PT, vamos manter a nossa coerência, agora votando novamente contrariamente ao Projeto que o Prefeito envia para cá.

Agora, o PT e os aliados formadores do Governo passado estão completamente incoerentes, quando vêm aqui e fazem um discurso contra a criação dessa Contribuição.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, o que V. Exª tem de afirmar na distinção é que, primeiro, a Lei da Taxa de Iluminação Pública já existe. É verdade, foi criada na nossa Administração para fazer justiça na Cidade. E o Projeto que vem à Câmara comete uma injustiça social; está propondo a cobrança da Taxa igual para os desiguais. E é a isso que somos contra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Acontece que a forma como foi enviada a matéria pelo Prefeito do Partido de V. Exª, no passado, era uma forma que, realmente, era eivada de inconstitucionalidade, porque apresentava o mesmo fato gerador, que era sobre aquela base em que as pessoas já pagam nas suas contas de luz, e por isso mesmo é que foi considerada inconstitucional a legislação aprovada por esta Casa, contra a vontade da Bancada do PSDB.

Agora, o que o Prefeito Fogaça faz é tentar, de alguma forma, vencer esta inconstitucionalidade, e para isso, em vez de criar um percentual em cima de uma base que já está sendo utilizada por um outro tributo, ele faz tentando igualar - e não discuto se isso é justo ou injusto, porque somos contrários.

Mas ele manda, praticamente, um tributo que vai ser a mesma coisa para todo o mundo.

Vamos votar contrariamente porque, no passado, já éramos contrários; agora, as Bancadas que formavam o Governo passado, esse Governo de 16 anos, e que infelicitou esta Cidade, essas Bancadas, realmente, estão sendo extremamente incoerentes, quando vêm aqui e se posicionam contra a criação da Contribuição. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu tenho assistido aqui, nos debates, às vezes, a diálogos interessantes. Nada como a alternância no Poder para que a gente possa cobrar coerência. Nós temos alguns temas que são perenes por todas as gestões, esteja quem estiver no Governo, Ver. Dib, V. Exª que tem aqui uma história de vida parlamentar, acompanhando os Governos que se sucederam; é verdade que não tivemos muita alternância, antes, lá.

Mas, vejam, houve um movimento de todos os Municípios deste País, em Brasília, clamando para viabilizar condições no sentido de as prefeituras dos Municípios poderem sustentar a iluminação pública das suas cidades, porque eram cobrados das fornecedoras de energia e não tinham como repassar isso aos beneficiários, e não tinham recursos para manter essa taxa viva. Aí se instituiu em Brasília, se pôs na Constituição a previsão da CIP, da Contribuição de Iluminação Pública, para permitir que o Município possa, em padrões razoáveis, sustentar a iluminação pública em condições de segurança, de qualidade de vida para as cidades.

Aí a Prefeitura de Porto Alegre, então com a gestão do PT, da Frente Popular, aprova nesta Câmara uma Lei cobrando de cada consumidor de luz uma Taxa de Iluminação Pública e, quando quer pôr em execução a cobrança da conta da luz, a Justiça diz: “Não, mas aí os senhores descaracterizaram. Não podem cobrar na Taxa da luz, porque aí isso assume as características de imposto, e a Contribuição ou Taxa tem de ser apenas a retribuição pelo serviço posto à disposição”.

O Prefeito Fogaça assume com 50 milhões, hoje são 58 milhões de dívidas com a CEEE de iluminação pública, porque o PT não conseguiu cobrar devido à Lei malfeita. E permitimos, nós, por estar no Cadin, Porto Alegre deixar de receber dinheiro da Saúde, porque o Estado não pode nos repassar. E quem paga é exatamente a população mais carente, a da periferia, que precisa da Saúde Pública e precisa da iluminação.

Aí o Prefeito manda um Projeto para esta Casa, achando que vai receber os votos da oposição, que vão proceder com grandeza, porque não se trata de matéria ideológica, para reconhecer que o que eles pediram e aprovaram, e que a Casa aprovou, deve ser corrigido para viabilizar a Taxa. E eu vejo as manifestações mais surpreendentes: “Ah, porque o Ver. Cassiá esteve aqui, e eu não gosto”! “Porque fulano disse isso”! “Porque é injusto”! Meu Deus, que negociassem, então, que corrigissem valores, colocassem emendas.

Está-se tirando daqui aqueles que na Aneel são considerados da faixa que têm de ser protegidos, da área social; não vão pagar a Taxa. Está-se cobrando a parcela fixa R$ 2,80 para residência, para permitir que seja constitucional! Não se está criando nenhuma Contribuição; está-se corrigindo um erro da Administração do PT, um defeito, um vício jurídico. Que venham aqui e digam isso! Mas não digam que não vão votar por causa do Cassiá, não vão votar, porque é tributo novo. Não é tributo novo! Está-se viabilizando o que está lá! Está-se viabilizando sair do Cadin e vir para a Saúde! Está-se viabilizando iluminação pública, na periferia, para haver segurança - o que é reclamado!

Gente, vamos parar com a discussão, meramente: “eu sou oposição, sou contra”?! Eu vou fazer um apelo à oposição! Mas aos meus companheiros da base do Governo eu alerto para que não caiam nesta cantilena! Nós temos obrigação com esse povo que nos elegeu! Temos uma Administração para dar a eles o que eles precisam! E eles precisam, sim, de luz, de Segurança e de Saúde!

O PT nos entregou essa dívida terrível e não quer que a gente aprove a CIP aqui para isso! Não se está criando imposto novo nenhum! Nós estamos corrigindo aquilo que, erradamente, eles fizeram! Por favor, eu faço um apelo aos senhores: votem com coerência e em favor da população mais necessitada de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05. (Pausa.) Desiste. O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 031/05. (Pausa.) Desiste.

Não havendo mais quem queira discutir a matéria, damos por encerrada a discussão. Em votação o PLE nº 031/05. (Pausa.) A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 031/05.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando nós votamos o Requerimento de Urgência do Projeto que institui a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública, a nossa Bancada do PCdoB, naquele momento, já havia se manifestado no sentido de que gostaríamos de debater este Projeto, Ver. Paulo Odone, com bastante calma, com bastante tranqüilidade, com bastante parcimônia, para que pudéssemos justamente construir um Projeto que não nos levasse a contradições. Por quê? Inclusive brinquei com o Vereador Adeli, que naquele momento falou que nós já havíamos discutido isso, eu falei: “Não, eu não discuti isso. Sou uma Vereadora no primeiro mandato, no primeiro ano deste mandato, e gostaríamos de ter discutido essa matéria nas Comissões”, e não da maneira como essa questão foi encaminhada neste Plenário, como, de resto, tem sido encaminhada a maior parte dos Projetos do Executivo nesta Câmara. Chega num dia, cinco dias depois é requerida a urgência, volta à Comissão Conjunta, não há discussão alguma, nem com a Câmara e nem com a sociedade porto-alegrense.

Eu gostaria de dizer que nós - e aqui eu encaminho pela Frente Popular - não temos contradição nenhuma, Ver. Sebastião Melo. Por quê? Porque, em tese - vou lhe dar um outro exemplo para entender por que não temos contradição -, eu sou contra dinheiro público para universidade privada, mas eu defendo o ProUni. Por quê? As vagas do ProUni vão para todo e qualquer estudante que quer entrar na universidade privada? Não. Vão para aqueles estudantes carentes que, de fato, não conseguem ter acesso à universidade pública.

Portanto, as nossas regras e aquilo que nos move não é eternamente sem movimentação alguma. Esse exemplo da Educação que eu falei aqui é claro; da mesma forma nós, da Frente Popular, não somos contra - inclusive a Bancada do PCdoB encaminhou, nacionalmente, a votação da Contribuição de Iluminação Pública. Agora, sinceramente, Ver. Sebastião Melo, que cobrou a nossa coerência, é justo que uma pessoa - eu falo aqui da classe média, entre classe média e classe média - que tenha uma casa de 1.000 metros quadrados pague a mesma taxa que alguém que more num apartamento de 60 metros quadrados? Não, não é justo. Assim como não é justo que alguém que more numa casa de 60 metros quadrados, num bairro de classe média nesta Cidade, pague a mesma coisa que alguém que more num casebre nas vilas de nossa Cidade! Não é justo!

Portanto, aí está a nossa coerência. Se for para sanar a inconstitucionalidade, Ver. Luiz Braz, bom, então quando se sana a questão constitucional, nós somos contra. Por quê? Nós acreditamos que é justo, quando se faz justiça social, quando se consegue dividir dentro das possibilidades que as pessoas que contribuem para a construção de Porto Alegre podem nos dar.

Bom, se para sanar tem que ser assim, nós somos contra, então, do que fica constitucional. Éramos a favor daquilo que foi julgado inconstitucional, mas que fazia efetiva justiça social no nosso Município. Portanto, não existe nenhuma incoerência da nossa Bancada. Nós votamos a favor, sim. Assumimos esse voto; ninguém precisa pedir nota taquigráfica da fala de ninguém; nós assumimos isso aqui da tribuna. Votamos favoravelmente, porque era um Projeto que previa a distribuição desse valor de acordo com as possibilidades das famílias, do local de residência dessas famílias, da situação real financeira dessas famílias, o que se reflete na habitação, e todos nós sabemos disso.

Agora, vamos votar contra, porque não reflete essa condição real financeira de moradia do nosso Município. Nós pautamos tudo: da casa de mil metros quadrados ao casebre, em qualquer localidade da mesma maneira. Isso, os Partidos que compõem a Frente Popular jamais defenderam. Defendiam, sim, naquele momento, com a sua coerência, com a sua lógica de atuação, que não são contra tributo indiscriminadamente, porque nós defendemos o Estado, defendemos a Educação pública, defendemos a Saúde pública, e sabemos que os impostos são necessários para isso.

Entretanto, nós queremos que esses impostos sejam cobrados de maneira justa, que não é o que o Governo Municipal nos propõe quando apresenta esse Projeto a toque de caixa, e nós podemos ver, fisicamente, como foi a toque de caixa a exposição de alguns líderes deste Governo, aqui na tribuna.

E digo mais, nós não estamos dando esse voto em função da falta de educação e de postura do Secretário Cassiá, pois a falta de educação e de postura de alguns não nos pautam, o que nos pauta é a nossa coerência e o nosso compromisso com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores inscritos. Em votação nominal, solicitada por este Presidente, o PLE nº 031/05, com ressalva das Emendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 15 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 01, de autoria da Verª Clênia Maranhão, ao PLE nº 031/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com voto contrário do Ver. Carlos Comassetto.

Em votação a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLE nº 031/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação nominal, solicitada pela Verª Clênia Maranhão, a Emenda nº 03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLE nº 031/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM, 21 votos NÃO e 06 ABSTENÇÕES.

 

Em votação a Emenda nº 04, destacada, ao PLE nº 031/05. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, faço esta fala dirigida especialmente à base do Governo. Na verdade, nós votamos contrários ao Projeto, mas queremos dar um pouco, pelo menos, de caráter social ao Projeto, Ver. Dr. Goulart.

Na Lei aprovada pelo Governo da Frente Popular, o art. 5º - Ver. Goulart, sei que é um homem sensível - dava uma isenção até 50 kWh nas residências e na área rural - Ver. Ervino, Ver. Mario Fraga, Ver. Sebastião Melo, que têm base eleitoral na área rural - uma isenção de consumo até 50 kW. Isso não foi questionado pela inconstitucionalidade, o que foi questionado é a tarifa de 3,5% sobre o consumo. E aí, Ver. Sebastião - eu gostaria da sua atenção -, eu fui mais rápido do que V. Exª, tenho o seu discurso da votação do Projeto anterior em que V. Exª diz o seguinte: "Eu pedi um levantamento à CEEE e verifiquei que 48 mil famílias estão isentas nos 50 kW". E V. Exª embasou, entre outros argumentos, é verdade, o seu voto, mostrando que o Projeto do Prefeito Verle tinha um sentido social, tinha uma isenção e, portanto, V. Exª defendeu os 50 kWh.

Então, eu espero que V. Exª agora seja coerente - já que eu fui atrás do seu discurso também - e, conhecendo-o como o conheço, um Vereador combativo, mas pelo menos, em geral, coerente - não quero dizer na totalidade -, além da grande amizade que nos une, de alguns anos de debates e polêmicas nesta Casa, eu pediria não só o seu apoio, como o apoio da sua Bancada.

E também gostaria, Ver. Cláudio Sebenelo, de recordar, fraternalmente, o seu pronunciamento naquela Sessão, quando V. Exª, inclusive, referiu que o Ver. Luiz Braz ia retirar-se do Plenário - ele não votou contrário, retirou-se do Plenário por discordar e não querer ser indisciplinado -, mas V. Exª também disse que 80 mil moradias não pagarão a Taxa. E não pagarão por quê? Porque a isenção é de até 50 kWh para as moradias residenciais e de até 70 kWh para as moradias não-residenciais. O Ver. Sebastião Melo fez referência só às residenciais. Então, naquele momento, eu entendo, Ver. Claudio Sebenelo, que ao dizer isso, foi um argumento; a isenção é um elemento a considerar.

Então, por isso, nós estamos pedindo à base do Governo, a V. Exª, ao Ver. Sebastião Melo, que fez referência a isso, que nós agreguemos. Tudo bem, está consumado o ato, a população vai pagar uma Taxa; mas que as pessoas que consomem até 50 kWh fiquem isentas, são pequenos consumidores, e no caso não-residencial, os pequenos escritórios, os pequenos serviços, que consomem até 70 kWh.

Também pedimos o apoio especial da Verª Neuza Canabarro, que sabemos que tem sérias contradições com este Projeto, e que votou favoravelmente por uma questão de disciplina partidária, mas que pode colaborar nesse voto, para aperfeiçoar, pelo menos, o Projeto.

E não tenho dúvida de que a base da oposição votará com essa Emenda que, pelo menos, deixa o Projeto menos pior - cometendo um certo erro gramatical -, mas cometendo um acerto na questão de conteúdo.

Eu concluo, dizendo que esta Emenda é minha, da Verª Manuela d’Ávila, da Verª Maria Celeste, da Verª Margarete Moraes, do Ver. Carlos Todeschini, mas por toda a Bancada tivemos de colher rapidamente os votos; e a Verª Maristela Maffei também manifestou a sua concordância com esta Emenda. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, ainda há tempo de esta Casa corrigir o equívoco do Projeto que foi aprovado. A Bancada da Frente Popular, junto com outros Vereadores da base de oposição, votou contra o Projeto, porque ele institui uma Taxa, Ver. Paulo Odone, que contraria a posição que V. Exª veio aqui defender. Essa Taxa não faz justiça social; ela faz injustiça social na cidade de Porto Alegre. A Bancada da Frente Popular apresentou essa Emenda na esperança de que venhamos a fazer justiça na Cidade e não cometermos aquele equívoco de cobrar, Ver. Mario Fraga, do dono da banca de jornal, lá de Belém Novo - seu bairro natal - a mesma taxa que a Gerdau paga na cidade de Porto Alegre. O que nós queremos é a diferenciação.

Ver. Ervino Besson, V. Exª que, junto comigo e outros defende a atividade da produção rural em Porto Alegre, e defendeu, mais de uma vez, pelo menos nesta tribuna, que a isenção - por lei, para os produtores rurais, e que a CEEE cobra indevidamente - seja aplicada.

Nós estamos propondo aqui que os consumidores da classe residencial com um consumo de até 50 kW e da classe rural com consumo até 70 kW sejam isentos dessas taxas que V. Exas. acabaram de aprovar.

Portanto, Ver. Paulo Odone, que tenta convencer neste momento o Ver. Ervino Besson, temos que ter coerência. Esse é um momento de coerência. Esse presente de Papai Noel para a população não será da Bancada de oposição. É exatamente isso que nós não queremos: que a sociedade não receba esse presente de Papai Noel, que vai cair na chaminé, ligada, porque vai ocasionar um incêndio nas residências! E esse incêndio será naquelas residências que estão em toda a periferia da Cidade - no bairro Rubem Berta; na Vila Safira, Verª Maria Celeste; no bairro Restinga, no bairro Lami, na vila Extrema, na vila Monte Cristo, na vila Chapéu do Sol -, onde há um conjunto de vilas irregulares que não tem à disposição todos os serviços urbanos, uma vez que falta saneamento básico, falta esgoto, falta iluminação pública. Será que eles têm de pagar a mesma Taxa que as outras comunidades, que possuem todos os serviços à disposição? Vamos pegar como exemplo os bairros Três Figueiras, Moinhos de Vento, Petrópolis, que irão pagar, como consumidores residenciais, R$ 2,80; enquanto que os consumidores não-residências irão pagar R$ 8,90. Será que queremos que a população pague essa Taxa indiscriminadamente, ou nós ainda podemos fazer justiça social? Esse planejamento, Ver. Sebenelo, era de responsabilidade do Executivo. Não é inconstitucional dizer que a Cidade é diferente.

Portanto, o Executivo poderia ter proposto taxas diferenciadas, inclusive com a compensação, isentando aquelas comunidades que consomem até 50 kW, por residência, e até 70kW para os produtores rurais de Porto Alegre. Agora é a hora de a base de sustentação do Governo afirmar as posições que defenderam durante todo o ano aqui nesta tribuna, sob o ponto de vista do apoio da produção primária em Porto Alegre e do apoio às comunidades carentes, que não têm condições e que não têm todos os serviços urbanos à disposição na Cidade.

Portanto, se não votarem a favor desta Emenda, eu quero dizer que esse “Papai Noel” não é da Bancada da Frente Popular, Verª Sofia Cavedon; essa responsabilidade é do Sr. Prefeito José Fogaça e da sua base de sustentação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLL nº 031/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero falar um pouco de discurso e prática. A Frente Popular governa para a “banqueirada” e, depois, vem aqui fazer esse discurso fácil.

Ver. Raul Carrion, “vamos devagar com o andor que o santo é de barro”. Vamos aos fatos! Eu quero, aqui, fazer um debate técnico. Há isenção de 50kW para a zona urbana e para a rural de 70 kW. Trabalhamos juntos essa matéria que teve também a minha co-autoria na Emenda. É verdade que procede a sua informação. Agora, V. Exª só conta um lado da história. A história sempre tem dois lados. Qual é o outro lado da história? V. Exª sempre leu o que lhe interessa, porque o Projeto em que nós estamos fazendo alteração diz o seguinte: não incidirá sobre famílias de baixa renda a Taxa de Iluminação Pública. E diz a Prefeitura, e diz a Sra. Mercedes Rodrigues, que é uma Procuradora séria, que ao baixar o Decreto vai, inclusive, utilizar o próprio cadastramento da Aneel, que é o mais amplo da baixa renda.

Então, quando V. Exª e o Ver. Comassetto, que gostam de discursar para os pequenos, mas têm muitas ligações com os grandes, vêm aqui fazer discurso, isso não tem fundamento. Então, há uma forma de isenção que será baixada por Decreto; segundo, V. Exª também sabe que se tratar de lei tributária, tem noventena. E antes de 90 dias esta Lei não entra em vigor. E na noventena, Ver. Braz, vai-se regulamentar, mas a Lei também diz, porque eu também a li, e eu não sou cego, que nas ruas que não têm iluminação pública, as pessoas não vão pagar; o que não havia lá no Projeto da Frente Popular.

Concordo também com V. Exª e sou pela progressividade, não só na energia; acho que quem tem mais, tem que pagar mais. Sempre tive lado nesta história. Mas eu quero dizer o seguinte: esta é uma Lei Federal e compete aos Municípios restabelecer nos termos da Lei Maior, e a Lei Maior não permite a proximidade.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Acho que é injusto. Mas se nós votarmos a Lei desta forma, nós a estaremos inviabilizando. Agora, volto a dizer a V. Exª - estou sendo, na verdade, repetitivo -, que o Projeto diz que as pessoas de baixa renda vão ser isentas. Como nós vamos fazer?

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Diz o Projeto, sim, senhor! E se V. Exª assim não o entender eu posso aqui convidar a Procuradora, porque eu tive longas conversas com a Procuradora Mercedes ao longo desse processo. Está aqui o Secretário Cristiano Tatsch, que pode reafirmar o que eu estou dizendo. Então, por favor, Ver. Carrion, por favor, nós não estamos fazendo esse discurso - me desculpem - demagógico, dizendo que nós somos contra os pobres, vocês é que defendem os pobres. Não é verdade! Aliás, a prática no exercício do Governo, quando o PCdoB está junto, tem sido diferente: é discursar para os pequenos e governar para os grandes!

Nós estamos alterando uma Lei, Lei em que V. Exª votou favorável, Lei que V. Exª veio aqui, levantou as Prefeituras do PDT, do PMDB e de todos os Partidos que tinham aprovado no Rio Grande; V. Exª fez, certo? V. Exª estava aqui na defesa da Frente Popular!

Então, eu quero reafirmar: o Projeto tem isenções, pelo Projeto, Ver. Paulo Odone, as famílias vão ser isentas de acordo - isso um decreto vai regulamentar - com o consumo, provavelmente aquelas famílias que estão elencadas pela Aneel como de baixo consumo; e onde não tem iluminação, não haverá pagamento. Portanto, não procede a manifestação de V. Exª, e a sua Emenda, na minha avaliação, deve ser rejeitada. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05. (Pausa.) Desiste. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; Ver. Sebastião Melo, gostaria de dialogar também com Vossa Excelência. Olha, eu acho que todos nós temos que saudar as conversas particulares, principalmente quando dizem respeito às nuanças partidárias. Mas o Município não vive de conversas particulares, os munícipes não estão interessados nisso, estão interessados que estejam, no corpo da lei, exatamente essas discussões; não as suas particularidades, como a bem intencionada - e nós sabemos disso - Procuradora-Geral, que pode sair de seu cargo, que pode mudar. Então, nós temos que ter muito claro isso.

O Ver. Sebastião Melo gosta muito de tergiversar em relação aos bancos, ele enrola um pouco a língua - que é uma escola que o PMDB em nível nacional, e sempre soube trabalhar muito bem. Infelizmente, pode ser até que ser que outros tenham se escolarizado, mas não venha tirar o seu chapéu enquanto base, inclusive, de sustentação do Governo Federal, e base de todos os outros Governos, como foi no caso do Fernando Henrique, durante os 8 anos, e do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, que é um grande camarada dos grandes empresários do nosso Estado do Rio Grande do Sul.

Então, Vereador, vamos voltar aqui. Eu não tenho problema nenhum em fazer essa discussão. Mas “me poupe”, por favor! Porque nós todos sabemos que esta Emenda que, na verdade, está falando de isenção, ela não faz bitributação, Vereador; seria um equívoco jurídico da sua parte. Não tem problema nenhum, muitas vezes aprendemos um com o outro, mas, no caso, o senhor que se coloca como expert jurídico tem que compreender isso e, inclusive, convencer a base do seu Governo de que aqui, neste caso, a Emenda do Vereador Carrion vem salvaguardar todo o problema que vem nesta Lei.

Portanto, nós que somos da base de oposição e da Frente Popular queremos, sim, colaborar. Cai por terra essa falácia de dizer que nós queremos fazer apenas oposição. Mas quero reiterar que a imprensa tenha a mesma formatação que teve na outra vez, quando nós estávamos no Governo, pois sofremos todo um desgaste popular, porque era contrária à questão da Taxa. E agora que tenha conosco também a mesma formatação. Ver. Carrion, estou votando, a Bancada do PSB vota, com certeza, nesta Emenda legítima e que ajuda o Governo a reconstruir esse Projeto, que é muito ruim para Cidade. Obrigada.

(Não revisado pelo oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04 ao PLE nº 031/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Emenda que o Ver. Raul Carrion apresenta já estava na Lei anterior: 50kW e 70kW. Foi votado...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Como foi também votado, Vereador, a questão dos percentuais. Este Vereador pergunta: porque V. Exª não fez uma Emenda, também, colocando a questão dos percentuais? Ora, na realidade, existem algumas coisas que são importantes, porque, senão, muitas coisas faladas ao mesmo tempo, de forma sistemática, acabam sendo consolidadas como verdade.

Bom, o primeiro detalhe importante: a questão do percentual que este Vereador - e acho que a totalidade dos Vereadores - entende como mais justa não foi e não é possível, porque foi considerada inconstitucional. Por isso é que ficou um valor único. Hoje chegou a se falar, em um determinado momento, na questão da progressividade do IPTU. Também somos favoráveis, só que não foi possível. Lembro que em um determinado momento o IPTU de Porto Alegre era 0,2% para aqueles que tinham menos condições financeiras e, para quem tinha maiores condições, era 1,2%. O que foi feito na Legislatura passada? Por argüir-se inconstitucionalidade, ficou para 0,85%. E nesta Casa votamos um gatilho, porque senão algumas famílias iam ter percentuais altíssimos. E hoje, na realidade, todos pagam valores muito altos. Então, temos que resgatar isso, senão vamos perder a memória.

Como foi dito: no percentual, nós votamos. Então, determinado Partido vota porque é inconstitucional? Ora! Nós temos que votar, primeiro, com aqueles critérios que nós avaliamos, queremos e entendemos que façam justiça social, e não: “Vamos votar, é inconstitucional, mas esses são os nossos princípios”. Ora, nós estamos aqui para legislar dentro de determinados critérios.

O que está propondo? Isenção de tarifa social. Então, uma parcela significativa da população terá isenção, sim. Aquela que já está apregoada pela Aneel.

Outra coisa: onde não há iluminação pública, haverá isenção, e antes todos iriam pagar. Será que agora está sendo injusto? Não. Entendo que isso é uma forma de fazer mais justiça social.

Então, de forma fraterna, Srs. Vereadores, temos que trabalhar em cima disso. Outra coisa que foi dita: o afogadilho. Vou relembrar que, no dia 15 de dezembro de 2003, portanto há dois anos, essa mesma matéria foi votada em 15 de dezembro, no último dia de Sessão. Então, antes podia, e agora não pode?

Temos que reavivar a memória, usar esses critérios, ou seja, o Governo Fogaça entende que o valor estabelecido talvez não seja o melhor valor. O que nós gostaríamos, sim, é de percentuais! Porque entendemos que, inclusive, é a melhor maneira de fazer justiça social, mas a legislação não permite, foi julgado inconstitucional. Queremos criar algo inconstitucional? Não.

Então, dentro disso, temos que ter essa sensibilidade, saber da realidade da dívida, que hoje é de 53 milhões de reais para com o Estado; o Município está no Cadin, que hoje é o "Serasa" dos órgãos públicos. Uma forma encontrada foi essa! É a melhor? Talvez não seja a melhor, mas é uma forma adequada para algo que já deveria haver desde 2003 e não foi possível, em função da questão da inconstitucionalidade.

E agora será feito o seguinte: quem tem isenção da tarifa social não vai pagar; quem não tiver iluminação pública em frente à sua residência, não vai pagar. Então, em cima disso, nós queremos encaminhar pela questão do Projeto, contrariamente à questão da Emenda do Vereador, que entendemos que pode buscar justiça social, mas perguntaria: “Por que não 55? Por que não 60?” Dentro disso vamos ficar no critério de isenção de tarifa social, e quem não tiver o serviço, logicamente - agora está sendo colocado na Lei - não pagará. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 04, destacada, ao PLE nº 031/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM e 24 votos NÃO.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h08min.)

 

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